sábado, 13 de dezembro de 2014

Você já foi a Zhong Guo.? Então vá.

Nos últimos 50 anos a China era vista como um país com população imensa, dividido entre comunistas e nacionalistas. Tinham de um lado o Mao Tse Tung e do outro o Chiankaichek . Um país milenar incrivelmente adepto aos mandarins que dominavam toda a população fosse ela comunista ou nacionalista por que sempre foi assim pelos últimos milhares de anos.

Muito que se podia conhecer sobre a China vinha do livro de Marco Polo e das narrativas jornalísticas do que havia ocorrido por lá durante a segunda guerra.

Mao, comunista mais do que os comunistas da União Soviética, estava botando pra quebrar. havia o livro dos pensamentos dele e ai dos que não soubessem os concelhios do velho chefe..

Lembro  de uma matéria no Time ou Newsweek em que a construção de siderúrgicas pequenas e médias espalhadas pela China toda foi vista como sinal de grande sabedoria pelos observadores ocidentais - isto por volta dos anos 60 do século XX .

Em caso de guerra a China não ficaria sem aço se uma grande e úncia usina fosse bombardeada. Todas as demais garantiriam o aço para o seu bilhão de habitantes.

Quem sacou esta política havia sido Mao Tse  Tung, portanto era a coisa mais próxima da palavra de Deus.

O mesmo Deus na Terra inventou a Revolução Cultural e fez os intelectuais que se regozijavam de seu saber, de sua arte. de seu bom gosto, de deus bens saírem de suas casas para colherem e plantar nos campos o combustível que fazia a China viver: alimentos.

Foi uma dureza que levou à morte os mais fracos e mais velhos e institucionalizou um tipo de comunismo que privilegiava as ações (e só as ações) e deixava de lado toda a discussão que era privilégio dos partidos comunistas por todo o mundo.

E obrigava todos a trabalhar em condições impensáveis para os mais dedicados comunistas do mundo afora.

Os governos da União Soviética, a fonte teórica,  viam a nova China como a ameaça oriental e direta para os seus domínios asiáticos .

A Sibéria imensa e rica era uma terra muito mais oriental do que seria desejável. Se os chineses cismassem de invadi-la as ações para evitar a anexação poderiam resultar numa derrota militar e de uma outra ideológica muitas vezes maior.

Foram feitos acordos e a decisão da China se infiltrar no mundo recebeu o beneplácito de seu grande inimigo capitalista, os Estados Unidos.

Um jogo de ping pong promovido por Henry Kissenger no governo Nixon foi o primeiro passo da nova riqueza chinesa.

Os chineses invadiram os Estados Unidos com um fervor e um apetite que demonstrou como aprenderam como os japoneses fizeram a sua invasão antes e durante a Segunda Guerra.

O número  dos qualificados chineses nas Universidades norte americanas sob qualquer ponto de vista caracterizava uma invasão e ocupação de território que tornava os mongóis de Gengis Cã um bando de fedidos, sem noção de nada. Tinham , apenas um exército combativo capaz de tomar qualquer lugar na Terra.

A tomada agora tornou-se outra coisa : nas Universidades norte americanas os chineses invadiram os conhecimentos ocidentais , e imediatamente passaram a criar novos conhecimentos .

À sociedade que segregava os seus próprios negros e era invadida pelos povos hispanos juntou-se
a nova massa de olhos puxados que se tornou a mais fiel representação do que significava o poder.pragmático.

Mas da mesma maneira que os novos  chineses afetaram os países, os novos chineses na China afetaram as pessoas que vivem em seus territórios.

A riqueza a que tiveram acesso os mais bem colocados gerou a compra dos imóveis mais caros e sofisticados em Hong Kong e se tornaram na inspiração de todos os novos empreendedores.

Se Mao estivvesse vivo isto seria vetado, mas no comunismo chinês formou-se uma ética em tudo divergente da ética do ocidente.

No ninho chinês está sendo chocado o ovo do século XXI. E o bicho que vai nascer ninguém pode dizer o que será. O que não será é uma versão amarela do poder no mundo nos últimos séculos..

Esqueça o que escreveu Marco Polo, esqueça as mudanças no eixo da economia do mundo com o início da "colonização" européia com navegadores, soldados e padres.

Para início de conversa quando os dirigentes chineses são conforntados com estas dúvidas cuja solução será o seu grande trunfo no domínio vdo mundo parecem sábios adultos em conversa com jovens iletrados dos outros países.

Por exemplo: para falar sobre um determinado tema , de jogos de futebol a descobertas da ciência é preciso que se saiba do que se está falando.

O chinês que instala a dúvida socrática no ocidental em busca de certezas nos próximos anos eles apenas perguntam:

Como se chama o nosso país?

A resposta que ninguém sabe é  Zhong Guo.

Mas eles sabem tudo sobre o resto do mundo que está sendo ocupado por eles. Numa chuva no Brasil, os guarda-chuvas chineses - cuja viagem de navio até o Brasil é mais extensa do que uma volta ao mundo - custam uma ninharia que já fechou as fábricas locais e desencorajaram as m Zhong marcas de todos os demais países.

E assim por diante .

Enquanto não soubermos que a China é de fato  Zhong Guo vamos nos tornar todos muito mais dependentes deles e da sua maneira de gerir as relações econômicas no mundo.



quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Toda rivalidade existe por falta de resposta às perguntas profundas mais simples

Durante o episódio do mensalão, quando o Lula atribuiu a desonestidade a um bando de aloprados, isto foi uma explicação tão descabida e inacreditável que a oposição chegou a dizer que agora era só esperar, pois ele iria sangrar até a morte.

As imagens do funcionário do Correio apanhando as notas de dinheiro, as acusações demolidoras do Roberto Jefferson se tornaram num um conjunto de provas irrespondível e condenatório.

A resposta  - a única resposta possível, apesar da insistência da imprensa a comando das "zelite" -  foi exatamente a que Lula usou: o silêncio. A afirmação de que de nada sabia, descer ao subterrâneo tal como a avestruz que enfia a cabeça no chão foi a única atitude para defender-se de inimigos.

Era a versão do "não quero nem ver"conjugada com a esperança de que o pesadelo iria passar, e deixar de pesadelo..

Situação semelhante está sendo vivida pelo grupo Lula nesta questão da roubalheira bilionária evidenciada nas denúncias premiadas de Paulo Roberto Costa e do Alberto Youssef.sobre as negociatas na Petrobras.

A operação deixou  de ser um jogo do tostão contra o milhão. É um  jogo dos milhares contra os bilhões.

São acusações frontais e demolidoras pois quem as faça embasado por provas oficiais, ou especulações lógicas acabas sendo visto como gente mau caráter cuja reputação é mal avaliada.

Sócrates tinha um sistema que perdura por 2500 anos: contrapor-se a com perguntas  sucessivas a quem o criticava . Eram as próprias respostas que demoliam o pensamento dos críticos.

O nome deste método tornou-se conhecido como a "dúvida socrática".

método socrático é uma técnica de investigação filosófica feita em diálogo que consiste em o professor conduzir o aluno a um processo de reflexão e descoberta dos próprios valores. 

Para isso ele faz uso de perguntas simples e quase ingênuas que têm por objetivo, em primeiro lugar, revelar as contradições presentes na atual forma de pensar do aluno, normalmente baseadas em valores e preconceitos da sociedade, e auxiliá-lo assim a redefinir tais valores, aprendendo a pensar por si mesmo.


A sua aplicação requeria de um lado um "sócrates" inteligente e bem informado. Do outro lado um opositor que sob o manto da lógica era levado a desconstruir as afirmativas do opositor.

No caso brasileiro todo o clamor subterrâneo sobre os desvios de milhões de dólares da Petrobras já circulava nos meios bem informados.

Paulo Francis caiu na tentação ao  acusar a diretoria da Petrobras de desonesta. Morreu do coração em Nova York sufocado por uma ação no valor de 100 milhões de dólares se não conseguisse comprovar tudo o que dissera e que hoje são revelados num processo complexo incentivado pelas denúncias premiadas;

No episódio contra o Paulo Francis havia a percepção que ele havia se dado mal ao fazer as denúncias e que havia pago com a vida para aprender a lição : pois não se pode acusar sem provas .

 Que passou  a ser o grande crime, e não o praticado pelos ladrões , seus chefes e seus beneficiários.

Passaram-se os anos e por coincidência os casos de roubo a Petrobras chegam a justiça exatamente no momento da eleição.

Os aloprados desta vez, e agora muito mais do que simples aloprados, são ps golpistas ricos que estariam fazendo o diabo para impedir a atuação dos petistas e de se sua candidata.

A diferença mínima de votos derterminou que a Dilma fosse proclamada ganhadora da eleição para presidente.

COMO ESTE DESASTRE PODERIA TER SIDO EVITADO?

Bastava ter seguido o método socrático em toda a linha.

Perguntando sobre as justificativas de cada um em votar no lulo petismo.

É o por que infantil repetido e formulado infinitamente obrigando as pessoas a responderem as perguntas que independente das respostas corretas ou fugidias acabam por levar quem as responde às grandes conclusões diante de si próprios.

E este é o único tribunal cujas decisões promovem  a mudança radical de opiniões.

As ideias transmitidas ou inspiradas por contrários apoiados pela mais respeitável filosofia só podem ser demolidas pelo comando da mente dos que chegam às conclusões emanadas das suas próprias cabeças.

Um exemplo simples, simplista e simplório : é recorrer à metáfora esportiva;

Não há  campanha medíocre de um time de futebol, nem realidades ,nem lógica, nem demonstrações que levem um torcedor abdicar da torcida por seu clube para filiar-se mesmo que secretamente torcer para outro time "inimigo" .

Para iniciar o uso da dúvida socrática imagine a pergunta que pretenda desconstruir fidelidades mal embasadas.?

A um vou votar no PT porque sou de esquerda, sou socialista, sou progressista.

Pergunte o que é "ser de esquerda" ser socialista ou ser progressista?

E prosseguir com novas perguntas criteriosamente em busca das verdades afirmadas pelo opositor.

O perigo deixa de ocorrer no plano das ideias e pode cair no desforço físico.

Garantida a certeza de que você não será agredido ou eliminado em 95 de cada 100 vezes quem chegar a conclusões siobre os seus erros serão os opositores com pontos de vista inconsistentes, com as suas próprias ideias.

Os mais capacitados a fazer estas indagações são os jornalistas bem formados. E qualquer pessoa preocupada em dar consistência em suas crenças.

Se você não faz isto ainda faça alguns testes.

Quando confiar no método torne impossível ser derrotado por conceitos mal formulados.




quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Dilma ou Aécio às vésperasd do dia da verdade

Domingo por volta das 22 horas vão acabar todas as dúvidas.

Aécio, nas minhas contas e na minha esperança vai se eleger presidente do Brasil. Serão mais quatro anos de esperança em momentos mais positivos para nós e para os muito povos brasileiros.

Todos os mal feitos do PT e de seus dirigentes mal começam a ser identificados nas denúncias premiadas.

Após as eleições, quando os bois e as vacas forem indicadas pelo nome vai ser a maior vergonheira,

O mensalão vai ser café pequeno.

O único apelo a fazer é muito simples, muito simplório, muito simplista.

Vote em função da sua interpretação dos fatos.

Não vote no sorriso cativante da Dilma, não vote em sua clara manifestação de bom comportamento pessoal, não vote na imitação que dela fazem os comediantes.

Vote diante de tudo que você soube sobre ela e seu governo.

Faça a mesma coisa em relação ao Aécio.

Se você votar na Dilma vai fazer parte da metade dos eleitores brasileiros que pela primeira vez vão curtir culpas de tudo o que vier a ocorre e estava prenunciado nas denúncias dos "mal feitores" oficiais.

Se você votar no Aécio e ele demonstrar que não é quem você pensava que fosse, mas alguém muitas vezes pior. Vamos chorar juntos.

E no meu caso fazer tudo para que seja feita uma reforma política radical.

Um país deste tamanho não pode ser governado como o quintal de uma pessoa, ou de um partido que se transforma em ditador legal por um período de tanto tempo.

Ditadura imposta a força é dura de engolir, mas é ainda mais duro engolir ditaduras legais, eleitas em um mundo cada vez mais participativo.

O que não vi na Sicília, mas acho que vale a pena saber



Estava quase chovendo,mas o céu estava totalmente encoberto. Subir de carro para um local afastado da cratera não teria muita graça .
Imagino que tenha assistido esta erupção de 2003. É a própria ilustração do É FOGO!!!



Nem Siracusa nem o Etna, devido ao mau tempo. Foi uma grande perda, mas pensando bem - e como não é possível viajar no tempo - estas visitas tão desejadas vão ficar para a próxima viagem. Podem até justificá-las.

Mas, o que vimos e ainda mais o que deixamos de ver é exatamente do tamanho da Sicília e de sua história.

É atribuida a Richelieu uma frase que ele jamais disse, mas bem que poderia ter sido dita por ele:

"Dêem-me três frases escritas por alguém que vou achar motivos para levá-lo ao cadafalso".
Do mesmo modo a frase poderia ser no sentido positivo, trocando o cadafalso por paraíso, tudo dependendo da interpretação do que o autor disse.

A Sicília é como um livro repleto de dedeiras, orientando a sua viagem para o paraíso ou para paragens menos charmosas. Maa, na Sicília há tudo a ser visto.

Ponha o livro da Sicília diante de você e verifique na lombada as reentrâncias que permitem abri-lo na página marcada. Ali estão todos os conceitos desenvolvidos pelo homem ao longo da história.

Aqui estão observações em pílulas:


As grandes estradas da Sicília que cortam a ilha em todas as direções humilham os brasileiros e suas estradas por muitos motivos: são magnificamente construídas, passam numa sucessão de grandes viadutos, túneis quilométricos, asfalto sem oscilações e liso, limites de velocidade elevados ... sem que sejam necessários guardas ou policiais em toda a parte.

Mas, diante do tráfego de automóveis, caminhões e ônibus me peguntava se não teria havido alguma sacanagem para aprovar obras grandiosas como aquelas.

Não vi policiais, como não vejo as justificativas econômicas para construir aquelas estradas.

Poucos carros, poucos caminhões, pouca produção local se deslocando de um lado para o outro. Nada que exigisse a presença de policiais, o que seria muito civilizado. Só que não existem policiais por que não há muito a policiar...

As estradas - as grandes estradas, não as vicinais - estão preparadas para receber todo o turismo do mundo sem que esta demanda provoque engarrafamentos.

Como foi dito no primeiro texto sobre a Sicília, a ilha tem um status especial em relação à Itália. Estas estradas devem ter sido parte de um "pagamento" para manter os sicilianos em paz.

E eles estão relativamente pacificados, ou estavam relativamente pacificados até a nossa visita.

Como estou deixando este artigo para uma segunda prioridade voltei a escrevê-lo no dia 15 de fevereiro de 2011, depois da derrubada do Mubarack e da revolução democrática na Tunísia.

Ora, a Tunísia é a parte da África mais próxima da Europa, e a Europa no caso é a Sicília.

Fica a menos de 60 km da África (é mais próxima do que o Rio de Angra dos Reis) e agora passou a ser invadida por imigrantes ilegais em Lampedusa, nestes últimos dias.

A coisa tenderá a se tornar mais séria. Embora pareça incrível que a disponibilidade da democracia na Tunísia prenuncie para os que fogem de lá, falta de trabalho.

Hoje, e ainda por um bom tempo, a Sicília repleta de lições do passado vai permanecer por lá, sem maiores traumas. Mas, cada vez mais será invadida por povos africanos em busca de vida melhor.

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Agora outra observação não turística: há estatuetas de Mussolini feitas de lava do Etna disponíveis para os visitantes da ilha nas lojas de souvenires.

Não há estatuetas de Hitler disponíveis para visitantes da Alemanha ou da Áustria, onde esta questão de nazismo explícito passou a ser crime. Na Itália guardar lembranças do fascismo e de seu Duce, não é.

Porque há bustos de Mussolinis na Sicília ?

Por que há turistas que os compram é a resposta mais simples.

E os turistas que compram mais são exatamente os italianos, os italianos mais velhos que em alguns casos compram com os olhos cheios d`água.

Desde bem jovem descobri chocado que muitas vezes as boas obras de algumas pessoas eram produto de legítimos fdps sob qualquer critério de julgamento.

Wagner, por exemplo, foi um tremendo mau caráter, odioso em todos os seus gestos pessoais, mas genial em sua composições musicais. Ele é apenas um de uma galeria que feitas as contas teria assegurado camarote de luxo no inferno com espaço para suas obras de arte, vizinho de personagens que teriam o lugar por lá, reconhecidos por todos. Como o Mussolini, por exemplo.

Mas, como explicar a boa vontade e admiração por Mussolini hoje 65 anos após ser ele executado por uma turba enfurecida quando ficou clara a derrota na Guerra?

Mussolini assumiu o poder como fascista na Itália em 1922, muito antes de Hitler se tornar fuhrer na Alemanha. E foi o seu grande inspirador de gestos e de suas decisões a começar pelas saudações à moda romana , com as mãos esricadas, os calcanhares sendo batidos, enquanto a pessoa falava o "Heil Hitler" com toda a fé.

Para nós quase 100 anos após este surto de adoração aos chefes poderosos nos soa ridícula e impensável: imagina fazer juramentos por Hitler ou por Mussolini?

Imagine no passado mais distante ser oficial dizermos : Salve Getúlio!, ou depois em anos mais duros : Salve Médici!, ou Salve Figueredo!

Todo mundo iria morrer de rir, inclusive os próprios diante de tanta babaquice.

A coisa mais próxima disto perto de nósw ocorreu na Argentina depois da morte e subsequente desaparecimento do corpo embalsamado de Eva Peron.

A multidão reunida na plaza de mayo em Buenos Aires tocada por estes episódios de caça ao corpo embalsamado a sussurar "Se siente, se siente. Evita sta presente!!!!"

Evita já havia morrido há um bom tempo e o sussuro abrangente referia-se ao espírito da mulher do ex-presidente Peron, alguém que chegou perto deste culto semi-divino aos líderes do estilo de Hitler e Mussolini.

Agora, a pergunta que precisa ser feita: O que os italianos tanto devem a Mussolini a ponto de comprarem estatuetas com o seu busto?

O que ele teria feito que se tornou tão importante para as suas vidas?

Teria sido este benefício tão bom que tenha se sobreposto às suas ações pessoais erradas(um filme recente esclareceu de vez o seu mau caráter pessoal - e mais as bobagens dele que levaram a Itália a ser tão fragorosamente derrotada na Segunda Guerra Mundial?

Deixemos os italianos que não conhecemos tão bem e voltemos a nós, os brasileiros.

Todos os brasileiros com planos de aposentadoria, com férias anuais asseguradas, com direito a indenizações quando demitidos sem justa causa e gostam disto bem que podiam adquirir os bustos de Mussolini se soubessem que devem estas vantagens a ideias de Mussolini e dos fascistas implantadas aqui por Getúlio Vargas.

carta del lavoro italiana instituida por Mussolini não foi apenas uma legislação criada pelos fascistas e copiada pelos brasileiros. A carta del lavoro foi o documento máximo do fascismo e da legislação do país.

E foi a inspiração de toda a legislação trabalhista brasileira, reunindo em seguida na Consolidação das Leis do Trabalho em 1942, num só documento as "conquistas" dos trabalhadores brasileiros que asseguraram ao Getúlio o título de pai dos pobres.

Getúlio quando fazia os seus discursos começava com "Trabalhadores do Brasil! Brasileiros!"

A carta del lavoro do Mussolini é a obra de referência do fascismo, a sua Bíblia, como Mein Kamp de Hitler tornou-se na obra de referência do nazismo.

Mussolini e os seus fascistas dão de 10 a 0 em Hitler e seus nazistas.Pois é muito mais civilizado construir uma estrutura de poder em torno do respeito aos trabalhadores do que em torno de uma busca de valores raciais por parte de um povo ariano, negro, amarelo ou o que seja.

Os mais velhos italianos ainda devem sentir-se seguros devido à legislação do Mussolini. E só vim a me dar conta disto quando descxonfiei dos bustos de Mussolini na lojas de souvenires da Sicília...

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Da estranha admiração pelas múmias recentes. Como já disse em outra parte do texto fizemos de Palermo a nossa mais importante base para de lá sairmos para passar por locais notáveis na Sicília. Também comentei sobre o trânsito caótico na capital siciliana e devido a isto resolvemos deixar o carro alugado de lado e percorrermos num táxi os principais pontos turísticos de Palermo, sem nos preocupar em achar estacionamentos e melhores caminhos para até lá chegar.

Esta é uma boa ocasião para surpresas.

Há em Palermo um surpreendente museu de múmias. Nada de múmias egípcias, mas de múmias sicilianas que começaram a ser coletadas com um frade há 400 anos e chegam até uma menina (quase viva com a sua roupinha de menina ) nos últimos anos do século XIX.

Todas as múmias sicilianas estão vestidas com as suas roupas normais.

Não há aquelas ataduras associadas a múmias egípcias que de vez em quando sãem andando em filmes de terror.

No entanto, filme de terrorno museu é ao vivo, onde para nossa surpresa e choque encontramos centenas de múmias - que é apenas um nome para a sucessão de cadáveres mais ou menos bem conservados nas galerias infinitas das catacumbas dos fransiscanos.

Quando falo da nossa experîência todo mundo diz que já sabia das catacumbas, que até no Fantástico já fizeram reportagem sobre o assunto.

Para nós, levados para lá de táxi, esperávamos galerias com catacumbas fechadas e inscrições sobre os mortos e não a recepção pelos próprios mortos...ao vivo!

O que mais impressiona porém, não são os mortos de plantão: são as roupas dos mortos que se fossem lavadas e passadas poderiam ser usadas pelos sicilianos do presente.

O motivo da preservação das roupas é o motivo maior da preservação dos mortos. O ar seco, a temperatura, a ausência de luz tudo conspira em favor desta permanência infinita dos sicilianos em suas catacumbas. Nem mesmo os terremotos que destroem regularmente os prédios não afetam os mortos vestidos.

O cemitério deles é que mudou de lugar no início do século XX para um prédio mais confortável, se é que conforto possa ser associado a seu bem estar físico.

A menos que você seja chegado ou chegada a programas góticos, prefira não ir. Mas, se for, vai se arrepender do triste destino que a sua família tem dado aos que já partiram... que poderiam ficar em algum lugar também mais confortável assombrando os vivos.

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O problema que é viver do passado e ter o passado a cada momento diante de seus olhos.


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Certidão de Nascimento do Brasil, em 1498!!!

Esta foi a carta de Duarte Pacheco Ferreira informando ao Rei de Portugal sobre a sua chegada ao Brasil, dois anos antes da chegada dos navios de Pedro Álvares Cabral.

A carta está arquivada na Torre do Tombo em Lisboa.

O seu autor foi um dos maiores especialistas em navegação. Foi ele que negociou os limites das terras portuguesas e das espanholas com o Papa Alexandre VI.

Foi ele que que assegurou a existência "oficial" da América Portuguesa..

Ninguém fala dele, mas seria genial descobrir a vida deste gênio antes da época para pelo menos acabar com a história de que a frota de Cabral bateu por acaso na Bahia devido a um desvio inacreditável de seu comandante.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Você está na linha de frente desta guerra: a última guerra mundial. E NEM SE DAVA CONTA DISTO, NÃO É?

Você e nós todos fomos convocados para entrar na guerra.

Seu regimento está numa posição confortável e se ficar bem quieto, o inimigo nem vai perceber a sua presença.

Quanto menos movimento maiores serão as suas chances de escapar com vida...

Sair vivo é a primeira prioridade de quem está na guerra, conforme pesquisas com soldados de todos os exércitos feita por |SLM Marshal ..

Em compensação toda a sua imobilidade não vai trazer para você qualquer.Terminada a guerra o combatente tímido, que procurava sempre escapar dos combates terá de aguardar o passar do tempo - e o esquecimento geral - para "lembrar-se de combates" que nunca existiram, mas poderia ser imaginada para valorizar o soldado cuja maior virtude terá sido escapar com vida.

 O momento que estamos vivendo é esta nova guerra. Nela não há linha de frente. A linha de frente está envolvendo você todos os dias. Não há como fingir que não se está atacando o inimigo e o inimigo sabe disto.

Mas a prioridade dos combatentes, mesmo sem perceber que estão combatendo, é preservar a vida. 


A Vitória , tal como nas guerras do passado,  será sair com vida deste conflito.



Em meio à guerra em que hoje combatemos na linha de frente há muito diferenças em relação às guerras de que vimos a reprodução em filmes e em  livros.

Mas esta é a mais violenta guerra jamais travada pela espécie humana.

E nela não existem as colinas sossegadas em que se ficar bem quieto não levar balas dos inimigos.

A Internet nos coloca no olho do furacão, bastando uns poucos toques no computador para assistir a nova guerra da fila da frente..

É impossível não ternos acesso a tudo o que está acontecendo em qualquer canto da Terra.

E a nossa cabeça que procurava não se envolver em coisas para a qual não fomos chamados, hoje, diante do fluxo contínuo de notícias dedica-se a criar torcidas e frustrações de todas as intensidades possíveis.

Quem se dedicar a manter uma coerência com "os seus princípios" viverá frustrado com as atitudes das nações que nos cercam, viverá frustrado pela atuação criminosa de quem tem o  poder, viverá a absoluta certeza de que em todos os casos jamais estará de posse prolongada de qualquer posição conquistada.

A nossa guerra total ocupa todos os cantos da Terra e se confunde com uma palavra super usada: O Mercado.

Há pouco tempo o mercado era uma  area pequena, provinciana, em que o controle de tudo era feito por pessoas sem maiores recursos tecnológicos.

Quando o nosso mundo passou a ser integrado à Internet a maior mudança da história da humanidade surgiu quando a facilidade da Internet que surgia para servir a seus usuários tornou-se tão importante a ponto de justificar um conceito novo:é a Internet que entra em você e não você que entra na Internet.

Nada acontece enquanto alguém não vende alguma coisa para alguém.

E a Internet é o novo mercado do mundo.

Os dados, as informações, as ilações, as previsões derivadas da Internet reconstroem os relacionamentos pessoais e empresariais a cada nanosegundo. Em um combate sem fim de que todos somos participantes.

Milhões perdem e ficam para trás. Milhares - democraticamente - usam as mesmas armas e se tornam nos grandes donos de mercados ao possibilitar que os líderes recorram a estes novos gênios para poderem se tornar mais poderosos.

Nunca existiu na terra um potentado tão rico quanto os líderes do mundo virtual.

Todo o poder garantido a chefes que acumularam montanhas de riquezas físicas , desde territórios, joias, bens não chegam a 10% dos ganhos de algumas pessoas físicas, sem exércitos armados, obtiveram ao longo de 30 ou 20 anos de suas vidas adultas.

As novas armas do poder estão sob os nossos dedos.

Do mesmo modo que os sábios de outros séculos contavam com páginas e páginas em que demonstram o seu domínio sobre o conhecimento, hoje todo este conhecimento se coloca ao alcance dos dedos de qualquer pessoa diante de um computador integrado numa rede mundial jamais imaginada .

As grandes frentes de batalha

Um século é um período imenso numa visão dos seres humanos, mas vale por décimos de segundo numa escala terrestre.

No entanto durante todos os anos da história registrada a vida humana jamais teve de se adaptar tantas vezes a novidades que atingem a cada pessoa na velocidade da luz.

Só não podemos fingir que a guerra é problema dos outros.

Esta guerra é a oportunidade para todos se tornarem heróis realizados por suas atitudes "em combate".

Pense durante um dia quantas guerras estão envolvendo você e prepare-se para elas.

Esta questão de enfrentar guerras e vencê-las tem sido a atividade que construiu a humanidade e a nossa sociedade.


Comente a suas guerras e vamos falar sobre elas em seguida





sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O último segundo antes da mudança, onde tudo acontece

Na vida de todos nós vão se acumulando uma sucessão destes últimos segundos. 

Um pouquinho antes não há qualquer sinal da mudança que virá, alguns momentos depois a nossa vida passa para uma outra fase.

Nem sempre podemos perceber que há alguma coisa ou fato que vai mudar a nossa vida a um segundo do momento em que a coisa vai acontecer.

Por vezes a percepção de que tudo vai mudar demora nos atingir.. Poucas vezes percebemos o efeito da decisão, ou do fato acontecido alguns segundos atrás.

Exemplos ilustram bem estes momentos:

Soube numa visita ao Itamaraty no Rio no dia 25 de agosto de 1961 que o presidente Jânio Quadros havia renunciado poucos minutos antes em Brasília.

De 1961 até 2014 tudo que nos aconteceu como país, como profissionais, como pais de família, como estudantes, como cidadãos foi afetado pelo gesto inesperado de um político inesperado. Imprevisível  para todos.

Na vida pessoal não cito qualquer exemplo, pois todos podemos lembrar quantos foram estes momentos particulares . E seus os efeitos sobre as nossas vidas.

A busca incessante de certezas

Pessoas que foram reconhecidas como capazes de prever o futuro - a começar por Nostradamus - abriram espaço para uma infinidade de magos, magas, astrólogos, religiosos, pesquisadores a que damos atenção todos os dias.

Mesmo os menos crentes nestes previsores não deixam de bater na madeira quando dizem algo que poderia prejudicar o futuro desejado.

Muito menos falar sobre possíveis sucessos e temidas falhas porque  estas coisas não ajudam a realização nem o sucesso do que é desejado.

As incertezas são muito mais importantes do que as nossas certezas. 


Diante da imprevisibilidade em que vivemos as incertezas alimentam a nossa esperança. Pois quando não há esperançadeixa de existir a maior razão para viver a vida.

Todos sabemos da limitação de nossos anos de vida. E todos sabemos pela simples observação que a qualquer momento vamos deixar a vida. E talvez cair numa certeza definitiva.

O que poderia ser visto como um paraíso pode ser visto também como a mais perfeita representação do inferno.

Se isto ocorrer passaremos a enfrentar a eternidade destituídos de esperança.

E a perda da esperança neste raciocínio é eternamente pior do que não sermos vivos.

E daí?

Qualquer momento pode ser o seu momento de mudanças radicais que podem ser entendidas como coisa sem importância, desde a dor no peito que logo passa, ao abandono de uma família, ou de um emprego.

E a única fonte de referência absolutamente confiável é a sua cabeça.

Viu, ouviu, percebeu o que está acontecendo jamais deixe de analisar o que acontece.

Deixar no modo automático, é deixar de lado a sua maior virtude: decidir - por vezes com um trabalho danado -  como você tão pequeno diante de um mundo imenso tem a última palavra.

E não há ninguém melhor do que você para dar esta palavra. 

O primeiro passo para reforçar a sua confiança é lembrar o que fez diante deste último segundo antes das mudanças.

Garanto que os erros e acertos passados terão as mesmas características dos erros e acertos futuros.

Você tem a última palavra!

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Todos os dias você se vê diante do eleitor que vai decidir estas eleições!

Todos os dias você se vê diante do eleitor que vai decidir estas eleições!

Jamais tivemos acesso a tantas informações. Nós sabemos quem são os candidatos . Sabemos no que cada um deles acredita. Ouvimos e lemos o que vão fazer. E o que fizeram  em suas carreiras e como isto como afetou o país e a sua vida.
A única virtude que você – que nós – precisamos ter e cultivar todos os dias é a coisa mais difícil do mundo indicada por Thales de Mileto há 2500 anos: conhecer a si mesmo.
É preciso que sua escolha não seja a mera imitação da escolha de quem quer que seja. Por mais admirável que possa ser esta pessoa..
Responda apena cinco perguntas e saiba como você deverá agir em relação a qualquer candidato ou candidata que pede o seu voto.
1.       Você tem alguma fé que determina como deva agir em relação às demais pessoas, em qualquer circunstância. Se tem uma fé assim some 3 pontos. Se não tem some 0
2.       Nas eleições em que votou avalie os políticos ou políticas que elegeu. Se elegeu a pessoa errada  na maioria delas (conforme os seus critérios de hoje) some 3 pontos. Se seu voto foi correto (conforme os seus critérios de hoje) some um 0
3.       Quais são as qualidades que você considera essenciais paras que o seu candidato ou candidata seja capaz de tocar os projetos que você ache mais importantes.
Se você lembrou de pelo menos 5 destas qualidades sem dificuldade some um 0 nesta tabela. Se não conseguiu some um 3.
4.       Quais são as tarefas executadas que são mais marcantes no candidato ou candidata que você esteja considerando eleger?
Se puder relacionar pelo menos 5 tarefas some um 0 neste teste. Se listar menos de 5 tarefas some 3 pontos.
5.       Se você conseguir citar de memória pelo menos 5 projetos bem executados por seu candidato ou candidata some 0 . Se não chegar a 5, some um 3.
Some os seus pontos. Se o total ficar entre 0 e 6 você será um eleitor capacitado a eleger um candidato ou candidata com qualidades administrativas que merecem o seu esforço em ir votar.
Se você somar mais de 6 pontos lustre o seu espelho e prepare-se para ver todos os dias alguém cujas decisões podem ser muito erradas.
O conselho genérico a ser seguido por todos é repensar todos os votos que vá dar agora e ao longo de toda a sua vida.
Não discuta com os outros  sobre esta questão tão séria. Apenas submeta quem queira discutir com você estas cinco perguntas.
E SEJA O QUE DEUS QUISER...


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

“The fundamental cause of the trouble is that in the modern world the stupid are cocksure while the intelligent are full of doubt.” ― Bertrand Russell

Nos debates eleitorais este conceito de Bertrand Russell se prova a cada dia mais atual.
Todo o enredo dos debates gira em torno de certezas comprovadas por palavras e incertezas que demonstram as falhas do debatedor.

Por mais cômodo que seja confiar cegamente a única atitude justa é duvidar das certezas e aumentar as incertezas.

Hoje, mais do que em qualquer época, as verdades tradicionais - que levavam às guerras e às mortes - estão sendo questionadas e por vezes radicalmente desconsideradas.

E as verdades ainda não questionadas mais cedo ou mais tarde também serão questionadas.

Estou cada vez mais cético, temendo ate as minhas certezas históricas.

Pense, logo , desista!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Como dizer e como não dizer- NÃO

DIANTE DE QUALQUER SITUAÇÃO TEMOS A DAR APENAS DUAS RESPOSTAS :SIM E NÃO.

E O MAIOR PROBLEMA QUE TODOS ENFRENTAMOS É O COMO DIZER O NÃO.

NADA MAIS FÁCIL DO QUE DAR O SIM E CONCORDARMOS COM QUALQUER PEDIDO.

PARA OBTER A APROVAÇÃO DE QUALQUER PROPOSTA POR UM GRUPO A FORMA MA\ISA SIMPLES E EFICIENTE É PEDIR A SUA APROVAÇÃO SEM PALAVRAS:BASTA QUE CADA UM MANTENHA A POSIÇÃO PRESENTE - QUE PERMANEÇAM SENTADOS (OU EM PÉ) PARA DEMONSTRAR O SEU APOIO.

A APROVAÇÃO SERÁ QUASE SEMPRE DE PELO MENOS 80% DAS PESSOAS.

É UMA APROVAÇÃO TÊNUE , QUE PODERÁ SER REVERTIDA MAIS ADIANTE, MAS SERÁ UMA APROVAÇÃO TEORICAMENTE DEMOCRÁTICA POIS TODOS FORAM "OUVIDOS".

MAS O "VERDADEIRO" NÃO TEM DE SER DADO AO VIVO - APÓS UMA APRESENTAÇÃO - QUE REPRESENTARÁ A VONTADE REAL DE QUEM TEM O PODER DE NEGAR UM PEDIDO.

A APRESENTAÇÃO DESTE NÃO É UMA DAS TAREFAS MAIS DESAFIANTES PARA QUEM TEM O PODER DE DIZER ESTA PALAVRA:

TANTO PODE SER APENAS A PALAVRA , SEM EXPLICAÇÕES QUE A JUSTIFIQUEM , COMO NÃO DAR QUALQUER EXPLICAÇÃO PARA A NEGATIVA.

OU A TENTATIVA DE FAZER QUEM A OUVE UM "ALIADO" ÀQUELA ATITUDE..

ESTA ATITUDE SEMPRE IRÁ TRAZER A QUEM RECEBEU O NÃO UM SENTIMENTO NEGATIVO DE QUEM OUVIU O NÃO.

NÃO HÁ MOTIVOS SUFICIENTES PARA QUEM OUVE UM NÃO QUANDO ESPERAVA UM SIM VENHA A CONCORDAR COM OS ARGUMENTOS EXPOSTOS POR QUEM NÃO VAI APROVAR UMA PROPOSIÇÃO.

AO CONTRÁRIO: QUANTO MAIS OUVIR MAIS VAI ACUMULAR ARGUMENTO PARA DAÍ EM DIANTE REPROVAR MAIS ESTE E TODOS OS COMPORTAMENTOS DE QUEM DISSE O NÃO, POSSIVELMENTE ATÉ O FIM DOS TEMPOS.

O NÃO SEM MAIORES EXPLICAÇÕES TEM VÁRIAS VIRTUDES:

1. SEMPRE NA VISÃO DE QUEM O OUVIU SERÁ MAIS VALORIZADO POIS SERÁ UM SIMPLES NÃO. NÃO VAI TER MAIS MENSAGENS NEGATIVAS ANEXADAS.

AO DIZER OS MOTIVOS FICARÁ DEMONSTRADO COMO HÁ UMA FALTA DE SINTONIA "INSUPERÁVEL" ENTRE AS PARTES.

2. QUEM PROPÕE PELO SIM E RECEBE UM SIMPLES NÃO NÃO CORRE O RISCO DE TER ABALADO O RESPEITO PRÓPRIO ALÉM DE TER OUVIDO UM NÃO.

A SOMA DAS EXPLICAÇÕES EXPLICANDO O NÃO SERÁ SEMPRE UM NÃO MUITO MAIS INTENSO DO QUE O NÃO SIMPLES.

PORTANTO PARA PRESERVAR AMIZADES, RELACIONAMENTOS CIVILIZADOS DIGA O NÃO SIMPLES SEMPRE APÓS O PEDIDO E NÃO CONSTRUA BARREIRAS PARA O RELACIONAMENTO FUTURO - A MENOS QUE CRIAR ESTAS BARREIRAS SEJA O SEU OBJETIVO .

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Criatividade é uma subversão de comportamento que tem o dom de levar as pessoas não criativas a se considerarem inteligentes.

Criatividade é uma subversão de comportamento que tem o dom de levar as pessoas  não criativas  a se considerarem inteligentes.   




E o são, sem dúvida.


Ao perceber uma obra da criatividade há nas pessoas não envolvidas com aquela criação a sensação de realização, de descoberta , de privilégio por ter acesso aquilo antes das pessoas que não viram , ou que até podem ter visto, mas não valorizaram o que viam.

Um som, uma letra de música, um ritmo, uma harmonia,  um quadro, uma proposta filosófica (a relação é infinita)  que superem a barreira da incompreensão em sua primeira exibição pública tem o seu valor evoluído para uma nova virtude: a de tornar a pessoa melhor ao sentir-se como o que pode ser mais próximo da coautoria daquela criação..

A criatividade numa peça de artesanato produzida por artistas com poucos recursos, em locais de poucos recursos quando é percebida e valorizada por alguém estranho àquele ambiente produz a mágica de ser de imediato revalorizada pelos circunstantes e tornar o admirador externo – o padrinho da avaliação positiva – numa pessoa admirável naquela comunidade somente pelo fato de ter valorizado aquela obra criativa.

Que se torna maior pela admiração da pessoa não pertencente ao grupo onde vive o artesão. E tanto mais valorizado será ele quanto mais notória seja a pessoa de fora.

A criatividade não existe quando não encontra admiradores. Pois na admiração de outras pessoas é a medida da criatividade.  

E o seu aspecto mais duro é que pode ser vista de imediato como exigir dezenas e até centenas de anos para ser “descoberta” pelas pessoas.

Van Gogh - 30 de março de 1853 – 29 de julho de 1890 -   não teve a sua criatividade admirada ao longo de seus 37 anos de vida. Seu extraordinário valor começou a ser percebido nos primeiros anos do século 20 quando também se tomou conhecimento de sua imensa obra, mais de 1000 quadros, gravuras e esboços que se tornaram sofisticados nos seus dois últimos de vida.

A explicação de que os padrões estéticos do mundo evoluíram sendo Van Gogh um precursor deste novo momento da criatividade seria justificável, mas ainda estaria longe de uma verdade incontestável.

Outros pintores também foram revolucionários nos anos anteriores ao século 20, Van Gogh porém teve o privilégio de ter sido redescoberto.

As obras de Van Gogh e seus quadros em especial  passaram a ser comprados por milhões de dólares pois  independente de sua expressão artística, tornaram-se oficialmente  admirados por pessoas cujos critérios artísticos não eram diferentes  do das pessoas que ao longo de vida dele não investiriam nas obras que agora passaram a ser surpreendentemente valiosas.

A criatividade requer molduras onde possa ser vista e identificada pelo maior número de pessoas, e quanto mais pessoas mais valorosa será a Criatividade de seu autor.

A EXPERIÊNCIA DE REVOLUÇÃO DA CRIATIVIDADE E A BOSSA NOVA


O reconhecimento de um valor mais alto só pode existir em pessoas com muitas incertezas em sua mente. As incertezas não podem ser apenas as incertezas artísticas. 

Alguém que abrigue num determinado critério estético – como considerar um modo de fazer música, ou de pintar quadros, ou em projetar prédios, ou de definir comportamentos sociais, ou estruturas legais – será incapaz de admirar o novo, mesmo que ele caia no seu colo.

A capacidade de questionar os seus filtros racionais, mantendo-se coerente e sadio em seu modo de viver, é uma virtude cuja aplicação põe em risco a vida de quem se questiona em relação a qualquer tema.

O contestador reconhecido como uma pessoa criativa corre o sério risco pessoal de perpetuar a sua contestação aos ambientes em que viva, sem jamais ter sido criativo, embora ele próprio possa se achar um revolucionário incompreendido.

Talento que será usado exatamente na medida que o seu meio permita usar para garantir a sua sobrevivência. Dependendo do ambiente em que viva poderá contar com a leniência de seus vizinhos para sobreviver à espera de seu momento de florescer.

Um cabo do exército austríaco que sobreviveu à Primeira Guerra Mundial sendo pintor de paredes  que deveria ser reconhecido como um artista capaz de produzir quadros penou por alguns anos como um gênio criativo não reconhecido por seus colegas, e explodiu para desgraça do mundo como ideólogo de um movimento que muito além de seus quadros empolgou milhares de admiradores.

Os admiradores eram incapazes de urdirem toda a trama ideológica do cabo pintor, mas se sentiam  inteligentes, superiores, uma elite privilegiada por compreender e se integrar no nazi-fascismo de Adolf Hitler.

As frustações de Hitler foram a inspiração para a sua autoconstrução como fuhrer  do III Reich , e ele só pode vir a ser o que foi porque foi aceito e cultuado por um dos povos mais educados do mundo ocidental.

Um aval que por seu peso tornou o livro Mein Kempf – Minha Luta – uma bíblia para muitos líderes nacionais que se sentiram mais “inteligentes” ao aderirem ao pacote ideológico do cabo do exército austríaco da Primeira Guerra Mundial.
A única formação profissional organizada a que teve acesso o frustrado pintor de quadros medíocres que pode extravasas a sua criatividade com os milhões de mortos e feridos da Segunda Guerra Mundial.

Criatividade pode ser algo muito perigoso, daí não ser de espantar que as pessoas que testemunharam o aparecimento da Bossa Nova no Brasil tivessem cuidados especiais em adotá-la como uma legítima manifestação criativa e artística dos brasileiros.

Os brasileiros de todas as classes e capacitações econômicas viviam – sem saber disto pois quem está vivendo não sabe bem de que forma aquele momento vai ser julgado pela história – os efeitos da vitória da democracia – representada pelas Nações Unidas – contra as forças totalitárias do nazismo, fascismo e imperialismo dos alemães, italianos e japoneses.

Tudo que tivesse conotações com os valores mais ostensivos com os países líderes das Nações Unidas era bom. Sem precisar comprovar seu valor de forma mais definitiva.

A educação liberal, a democracia representativa, as expressões artísticas americanas – especialmente as norte-americanas – tinham todas o carimbo de coisa boa.

Foi num ambiente musical derivado de um passado muito criativo, especialmente no Rio de Janeiro que havia sido a sede da corte imperial, a sede dos governos da república, o centro da inteligência e da cultura brasileira que a música, os filmes a maneira de ser dos norte-americanos foi absorvida.

Nós cariocas adolescentes não podíamos admitir sermos vinculados a apenas valores herdados de nosso passado glorioso. O samba com a força de seu ritmo que nos tocava no fundo da alma era muito bom, mas deveria comportar releituras na sua composição.

O samba tal como uma variação em religiões que cria seitas passou a ser expresso como samba, com uma mudança na divisão de seu ritmo.

À nova divisão rítmica foi dado o apelido um tanto depreciativo de bossa nova, assim como a pintura de alguns artistas franceses no início do século ganhou o nome de impressionismo – também depreciativo, por inspiração de um quadro de Monet .

A respeitabilidade das pessoas era construída em torno de sua coerência pessoal com o passar dos anos.  Um elogio a que todos aspiravam era de “homem íntegro”.
Que tinha uma segunda leitura como homem de ideias firmes em relação a todos os assuntos e quanto mais assuntos com ideias íntegras mais respeitáveis seriam os cidadãos.

Todas as pessoas diante das contínuas novidades do pós guerra tinham dois caminhos a seguir: correr atrás dos novos comportamentos ( com um risco nunca antes detectado sobre a sua integridade) ou resistir às mudanças antes mesmo de saber do que se tratava, assegurando o respeito da família, vizinhos, colegas sem o menor esforço físico e mental.

A criatividade da bossa nova foi irrigada pelo desafio de vencer o repúdio dos preguiçosos íntegros e radicalmente apoiada pela necessidade de demonstrar o nosso valor. A bossa nova até pelo número de músicos, da escolha de seus instrumentos apropriou-se de conceitos jazzísticos, mas fugia a esta ligação com empenho igual aos valores das músicas tradicionais brasileiras do século 20.

O sucesso da Bossa Nova foi muito além do mundo musical. Zeitgeist , que quer dizer espírito da época , um termo em alemão (que deve ter influenciado as massas germânicas a elegerem e cultuarem o Hitler) invadiu todas as áreas do pensamento dos brasileiros.

Brasília=, (patrimônio da Humanidade reconhecido pela UNESCO dezenas de anos após a sua fundação) , nasceu ao som da Bossa Nova.

Nem Lúcio Costa nem Niemeyer nem qualquer arquiteto ou engenheiro que construiu a Cidade ao que eu saiba debruçou-se sobre suas pranchetas ouvindo a bossa nova. Mas a Bossa Nova foi o diapasão de tudo o que se fez no Brasil quando ela se integrava ao bom gosto brasileiro.

Houve inclusive um concerto com os criadores da Bossa Nova no Carnegie Hall de Nova York que ocupou  em nosso orgulho nacional um nicho como da Miss Brasil Marta Rocha que teria deixado de ser eleita Miss Universo, nos Estados Unidos, por ter duas polegadas a mais nos quadris.

O JORNAL DO BRASIL FOI GRANDE PALCO DA BOSSA NOVA EM TODA A SUA EXTENSÃO CULTURAL.

O Jornal do Brasil ocupava a sua primeira página – a capa – com anúncios classificados de emprego. Era uma comunicação de uma pessoa, o anunciante, visando um leitor que deveria encontrar ali o emprego que iria lhe garantir a vida econômica.

Na década de 50 o Jornal do Brasil, com o seu grupo de jornalistas com ideias avançadas começou a dividir o espaço nobre da capa com notícias e fotografias numa diagramação que abdicou dos fios entre as colunas que era a maneira tradicional de fazer jornais.

O JB passou a ter assinantes em maior número e tornou-se no exemplo para os demais jornais do Brasil. O seu suplemento dominical SDJB premiava os melhores intelectuais publicando as suas ideias no belíssimo caderno que não ficava a dever tanto em conteúdo como em estética ao que havia de melhor no mundo.


Havia uma elegância na forma do JB que se tornava numa forma de ver o Brasil daqueles anos. Não havia espaço para “aloprados” cafajestes na política. Seria algo muito inadequado aos olhos críticos dos leitores, mas claro que os aloprados existiam cheios de temores de serem vistos ou comparados aos privilegiados pelo reconhecimento jornalístico sofisticado.

NA PUBLICIDADE TAMBÉM MERGULHAMOS EM NOVAS ÁGUAS

Foi nos anos 50 que por um incentivo de Assis Chateaubriand a propaganda brasileira deu salto além do brilho pessoal de alguns de seus profissionais formados por sua própria vocação.

Foi fundada em São Paulo, nas instalações dos Diários Associados, do Chateau, a Escola que se se tornou na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) e também o Museu que se transformou no MASP.

O Chateau era a essência da controvérsia: um misto de cangaceiro e visionário que dominou a comunicação no Brasil com jornais e rádios em todas as capitais e foi também o pioneiro das televisões botando no ar a Tupi de São Paulo antes de que as pessoas tivessem receptores de TV em suas casas.

Para adquirir as primeiras obras do acervo do MASP ele pedia doações aos grandes líderes empresariais mediante ameaças sutis de matérias nas suas mídias que iriam comprometer a sua imagem.

Os doadores , tanto os convencidos a doar como os achacados permitiram o MASP surgir e obter muito sucesso.

A ESPM , com o slogan: aprenda com quem faz. Começou a libertar o pensamento das pessoas que queriam trabalhar com propaganda dos laços de aço que tornavam, as agências internacionais o local onde se fazia a boa publicidade. E apenas lá.

A criatividade brasileira em ambiente descontraído, mas refúgio dos intelectuais pragmáticos , passou a ser vista e premiada nos grandes eventos internacionais.
Brasileiros se tornaram presidentes de grandes agências norte-americanas e mostravam que com engenho e arte isto seria possível para qualquer cara talentoso que quisesse ser publicitário.

A criatividade ousada por definição não podia ser ensinada nos cursos. Os cursos tinham e têm a função maior de não sufocar  a criatividade dos criativos que aprimoravam os seus dons olhando para outras coisas.

O Fusca,. Volkswagen foi a peça mais criativa do Ferdinand Porsche que inventou um carro pequeno nos anos 30 na Alemanha que gastava pouca gasolina e era refrigerado a ar.

O Fusca tornou-se num dos jipes do Wermarcht  alemã, sendo usado desde os locais cobertos de neve aos desertos do norte da África.

O carro começa a ser montado e logo fabricado no Brasil. Só que aqui o modelo alemão de engenharia impecável teve de ser adaptado localmente para ficar bom.

No Rio Grande do Sul a maior parte das estradas não tinha pavimentação.  Era de terra e a sua superfície recebia pedrinhas britadas para ficarem mais resistentes e não se transformarem em atoleiros nas chuvas.

As pedrinhas gaúchas são de basalto, um rocha escura que quando é partida se parte em dadinhos com bordas vivas que tal como os dados de jogar voam longe quando são apertadas de um lado só.

Os outros carros tinham as suas caixas de rodas protegidas por para-lamas incorporados às carrocerias. Os Fuscas tinham os seus quatro para-lamas como projeções fora da carroceria.

Um Fusca na disparada nas retas dos pampas promovia uma chuva de basalto cortante que afetava sobretudo a parte interna dos para-lamas. Que ficavam marcados como se tivessem sofrido uma chuva de granizo que vinha do chão.

O Fusca para ser usado nos pampas tinha de receber uma chapinha por dentro do para-lamas para impedir que os dadinhos de basalto amassassem a lataria.
Coisa que os engenheiros alemães nunca imaginaram que seria necessária em lugar algum do mundo.
Os jipes Willys do nordeste tinham também de ser adaptados pelos mecânicos locais para ficarem bons , melhores do que os jipes americanos que foram testados em todos os terrenos do mundo durante a Segunda Guerra Mundial.

Criatividade é ser capaz de imaginar estes aprimoramentos mecânicos a partir da descontração de um mecânico de interior. E criatividade aplicada é não impedir que estes desrespeitos sejam feitos  em relação aos trabalhos dos engenheiros americanos e alemães.

Eu tive no interior do estado do Rio um jipe com chassis alongado e motor de seis cilindros a gasolina que consumia uma barbaridade por quilômetro rodado, mas tinha este consumo reduzido em torno de 20% quando tinha o giglê do seu carburador gigantesco substituído pela ponta de uma caneta esferográfica Bic , de que era extraída a esfera .

O jipe perdia também potência, mas praticamente para tudo o que se fazia com ele havia potência suficiente.

O cara criativo que resolveu usar a ponta da caneta Bic para botar no giglê , cujo nome se perdeu, demonstrou o que era criatividade.  



Não parecia uma revolução criativa,
mas era e foi .Marcou o momento mais criativo dos brasileiros no século 20
MAIS SOBRE ESTE TEMA DENTRO DE DEZ ANOS...VALE A PENA ESPERAR!