quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

E daqui a 7 anos , heim?...

Há uma lenda, ou mito, garantindo que a vida humana muda de 7 em 7 anos... Pode parecer uma tolice como estas "verdades absolutas" garantidas pela astrologia e por outras crenças a que acorrem todos os humanos em busca de certezas num mundo determinado pelo acaso. Mas, todo mundo que trabalha em alguma empresa, mesmo nas menos eficientes, acaba sabendo da existência e da importância dos planejamentos anuais que começam a ser concluídos por volta de setembro. É a hora em que as pessoas, desde as menos importantes até às mais importantes, são convocadas para projetar o que vai acontecer no ano seguinte.Cada uma sendo responsável pela area que lhe é mais próxima. Os dirigentes querem saber se vai ser possível vender mais, lucrar mais, abrir novas filiais, lançar novos produtos, ou se as coisas não vão funcionar devido à atuação dos concorrentes cada momento mais ativos. Se vai haver mais ou menos dinheiro...Se há perspectivas de boas notícias, ou se as notícias vão trazer preocupações e dores de cabeça. Neste momento todos se vestem de adivinhos e se sentem previsores do futuro, embora poucas coisas em suas próprias vidas tenham sido previstas por eles mesmos com suficiente precisão por eles próprios. Trata-se de um bando de previsores improvisados preenchendo páginas e mais páginas de ficção desejável, com a desvantagem de ao não se realizar o desejado, a vida dos previsores tende a sofrer fortes revezes. Todo este exercício aleatório sobre o futuro se tornou muito óbvio na celebração dos 10 anos do ataque dos terroristas árabes a Nova York. Até o dia 10 de setembro de 2001 os futuros de todas as pessoas, de todas as empresas, de todas as organizações não incluíam as consequências daquela tragédia. Daí em diante todos passaram a viver as consequências dos atentados. A crise de 2008 nos bancos americanos teve várias tomadas ligadas na crise de 2001, nas guerras derivadas dela, da estupefação dos europeus diante de um mundo que se desfazia diante deles, da sofreguidão dos chineses,que tendo vindo de mais longe no tempo trataram de se posicionarem com mais vantagem nesta novo mundo confuso. Quer dizer que qualquer previsão para os 7 anos posteriores a 2001 TAMBÉM não poderia incluir em 2001 que em 2008 o sistema financeiro do mundo iria ruir com mais prejuízos humanos do que os decorrentes dos aviões usados pelos 19 terrorista árabes nos Estados Unidos. Daí este Almanaque sugerir alguns atalhos para que a simples ideia de pensar o futuro não se torne tão inútil quanto tentar mudar o passado. 1. Tenha uma nova visão de tudo tudo o que ouviu e tudo o que valorizou na atividade denominada "planejamento estratégico". Uma metáfora para justificar este desrespeito foi a frase do Garrincha, depois de ouvir a preleção do técnico Feola de como derrotar os russos na próxima partida de futebol, ter perguntado de ele - Feola - havia combinado aquilo tudo TAMBÉM com os russos. Se os russos (então soviéticos) metessem um gol tático no início da partida se tornaria evidente que a teoria na prática era outra, como dizem os malandros cariocas... Planejamento estratégico você pode fazer numa manhã de sol quando decide ir à praia e já sabe que a meteorologia assegura temperatura, ventos, condições do mar, o que seja adequados para que o seu planejamento se cumpra. O que você precisa ter além deste planejamento bonitinho é algo diferente, embora possa parecer muito parecido: visão estratégica. Você pode imaginar que a praia vai estar muito cheia, que a praia possa estar mais cheia do que seja aconselhável para o seu prazer, que dentre os outros frequentadores haja pessoas que não querem ir para a praia para ter prazer no mar. Podem estar indo para lá pelo simples motivo estatístico de saber que na visão deste frequentadores haverá milhões de otários prontos para sofrer as agruras de serem otários. Neste planejamento estratégico tão simplesinho não há espaço para incluir as ações "terroristas" que podem estar na cabeça de alguns frequentadores que por sua própria definição não podem ser previstas por um serviço de meteorologia do assalto. Mas, vamos imaginar que você, sendo um bom planejador estratégico em sua profissão, decida estender os seus conhecimentos para nâo ter surpresas desagradáveis em seu dia de praia. E tem recursos para se precaver contra os seus efeitos. Mande uma equipe precursora para a praia que deseje ir. A equipe vai avaliar as pessoas que já estao por lá. Parecem frequentadores inocentes? O que eles guardam em suas bolsas? E como garantir-se contra algumas pessoas cuja a cara exibida para um Lombroso não lhe iria sugerir uma prisão imediata? Diante disto desistir da praia seria a sua única atitude bem planejada, abdicando de todos os prazeres que teria, pois todas as ameaças possíveis de se tornarem reais não iriam ocorrer...em 99,999 % dos casos. Se antecipar-se a problemas bobinhos para uma simples ida a uma praia pode gerar estas dificuldades o que dizer, como escrevi no início o que dizer de você imaginar estrategicamente o que podem lhe reservar os próximos 7 anos? Para acrescentar dificuldades a este planejamento, mesmo que você viva isolado do mundo numa casa de campo, você terá de incluir na sua projeção o que poderá ocorrer com as pessoas que estão em torno de você. Se você trabalha numa empresa é preciso também imaginar o que vai acontecer com ela, com seus dirigentes, com a area em que atua, com a possível concorrência de outras empresas dedicadas ao mesmo segmento. Ou seria melhor ir a praia e divertir-se sem preocupações com possíveis ameaças a seu prazer? O mundo faz exatamente isto. Mesmo os planejadores mais dedicados fazem isto.

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