segunda-feira, 13 de junho de 2011

A emoção correta diante de alguém que acredita no que faz e no que prega



Frei Clemente

Nós todos que nos dedicamos a entender o mundo somos obrigatoriamente céticos.

Já vimos muita coisa, já atrelamos o nosso carro e muitas locomotivas que saíram dos trilhos, já nos decepcionamos com pessoas, com países, com ideologias, com gente que acreditava muito em suas verdades, e a cada constatação, pública ou privada, vamos nos aprimorando na arte de duvidar a priori de todos os que anunciam verdades.

Durante várias décadas convivi com um padre, frei Clemente do Rio de Janeiro, na missa dominical no mosteiro das Clarissas, na Gávea.

Muito mais do que um padre cumprindo a sua missão de rezar missas frei Clemente era um sábio cuidando de conversar ao longo da missa com os seus fiéis admiradores. E ele falava sobre tudo o que realmente importa na vida das pessoas, nas suas alegrias e medos, na busca cada vez mais difícil da harmonização do homem com Deus.

Frei Clemente as vésperas de seus 77 anos morreu e ontem o seu mais próximo “aluno” rezou a missa de Sétimo dia na mesma igrejinha da Gávea. Não para os seus fiéis seguidores, mas para uma multidão de amigos conquistados por ele ao longo de 50 anos de sacerdócio.

Missas de sétimo dia são geralmente previsíveis da primeira a ‘ultima fala.

Nesta, porém o padre, frei Jonathan de 28 anos, superou todas as expectativas e compartilhou com os assistentes a importância de sua fé, com a certeza de que seria entendido por todos.

E que todos que estiveram lá de lá saíram melhores do que quando lá chegaram.

Compartilhou a sua fé jovem com centenas de pessoas cujas idades estavam mais próximas do Frei Clemente do que a dele.

Num momento de grandes cismas em torno da religião, de tantas incertezas histórica quanto as origens da fé e da justeza de sua propagação ‘e confortante ter a certeza de que alguém crê em verdades sempre vistas com ceticismo pelas pessoas que dedicam mais horas de seu tempo a pensar sobre estas coisas.

Vale a pena aguardar pelos próximos capítulos desta saga iniciada por este jovem franciscano...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O segredo maior que garantiu (?) tanto poder ao Paloci




Demétrio Magnoli levantou hoje em seu artigo do Globo uma ponta do mistério sobre o poder do Paloci em nossa história


Ao longo da história do Brasil que foi ocorrendo ao longo da minha vida me deparei com uns poucos mistérios a que eu deveria dar mais atenção.

Entre eles o misterioso suicídio de Getúlio Vargas, ele vestido de pijama, deitado numa cama do Catete, usando um revolver calibre 32 para dar um tiro no peito.

Um tiro no peito com um revólver menos potente requer um posicionamento cirúrgico. Se a bala acertar uma costela irá desviar-se do coração e não se conhece suicídios com 2 tiros...

Outro mistério é a renúncia do Jânio, e a citação das forças ocultas que em sua carta de renúncia ele diz terem sido a causa de seu gesto.

Se ele não quis, ou não pode identificar o que estas forças tinham de tão poderosas para levá-lo a abdicar da eleição mais ampla já vista no país ainda não coube a ninguém identificá-las.

Outro mistério que ainda me espanta foi a carta aos brasileiros escrita pelo Lula, antes de sua primeira eleição para a presidência da República.

O Brasil, o famoso mercado, as pessoas pensantes não integradas numa esquerda genérica todos temiam as conseqüências da eleição de um petista raivoso que representava todo o ranço do passado coberto de derrotas do esquerdismo no mundo inteiro.

O governo de Fernando Henrique Cardoso começou a ser derrubado não pelo petista eleito, mas pelo medo do que iria acontecer com a eleição de Lula.

Surge então uma carta aos brasileiros que como um passe de mágica exorciza todos os demônios da subida do Lula ao poder.

A carta desmentia o discurso do PT. Desmontava e assinava embaixo que tudo seguiria da melhor maneira para a economia e para os negócios no melhor dos mundos.

Aquela carta teve o dom de carrear para o Lula e para o PT os recursos que asseguraram a sua eleição.

Embora intrigado pela carta aos brasileiros nunca fui atrás de sua origem. A atribuia a um esforço de marketing, inspirado pelos assessores, por suas vez assessorados ou
instruídos por gente muito mais importante.

Hoje, 9 de junho, no artigo de Demétrio Magnoli no Globo, sobre a nova defenestração do Paloci, li pela primeira vez uma informação preciosa: a carta aos brasileiros foi escrita em Ribeirão Preto pelo Lula e mais três pessoas.

Uma delas era o prefeito de lá , o Antonio Paloci.

Não sei, nem o Demétrio disse quem eram estas outras pessoas, mas sob qualquer ponto de vista esta simples assessoria valeu 8 anos de Lula e mais quatro agora de governo de Dilma prenunciando mais uns tantos anos de governo nas mãos do PT.

Como trabalho de um assessor esta carta vale bem mais do que qualquer aconselhamento de quem quer que seja para alguma entidade.

Esta carta passou a ser para mim a força oculta do prefeito do PT que o manteve firme, forte e confiante ao longo destes anos.

E dos próximos...