terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Tenho medo do rei estar nu e só eu estar percebendo!!!

Assisti o comercial da Globo de fim de ano. A primeira reação foi de entusiasmo. Roberto Carlos como o intérprete de mais umr novo tempo, como o maestro de uma constelação de astros e estrelas que a Globo traz aos milhões de telespectadores em nossas casas todos os dias. É uma equipe superior a qualquer outra, e para chegar a este superior pode ser usado qualquer critério: em qualquer dos critérios sempre o que a Globo promete trazer, ou que já trouxe estará no nível mais elevado. Dormi sem pensar muito mais sobre o comercial de fim de ano, pois, afinal de contas, não tenho com a Globo qualquer envolvimento maior. De forma bem direta, a Globo não paga nem ajuda a pagar o que ganho. Mas é impossível não ser fã da Globo. A cada novo tempo ao longo destes anos, a emissora define e redefine o que possa ser entendido como fazer televisão. Mas, numa coincidência perturbadora, o primeiro documento que encontrei em meu escritório hoje pela manhã é referente ao livro “The Chaos Scenario” de Bob Garfield que imprimi como referência e leitura posterior há algum tempo. O Bob Garfield dedicou um bom número de anos à pesquisa sobre as mudanças porque estamos passando. Os capítulos de seu livro, que listo a seguir dão a medida do que ele concluiu: 1. O fim de tudo ( The death of everything) 2. A post-advertising age 3. O fracasso mais bem sucedido do mundo?
4. Falar é barato 5. The widgetal age 6. Comcast must die 7. Guess 8. Sometime you Just have to lego 9. Off, off, off Madison 10. The powersa that be 2.0 11. Nobody is safe from everybody
Há um blurb para cada capítulo e o que mais chama a atenção é a sempre presente idéia de que estamos vivendo um fim de era, misturado e combinado com o começo de várias eras apoiadas no mundo digital. Não se trata de uma especulação que todos podemos e temos direito de fazer. O Garfield pesquisou, estudou e chegou a resultados que comprovam as conclusões a que está chegando. E que valem 100% nos EUA e na Europa.E que em pouco tempo também serão verdadeiras no Brasil. No Brasil há hoje em 2011, mais meios digitais pessoais para chegar a toda a população do que indivíduos na população. Algo como 220 milhões de celulares para 190 milhões de pessoas. Ao sair da ESPM no Rio, onde dou aulas, por volta das 22 horas de um dia da semana, cruzo com uma porção de mendigos acomodados sob cobertas, deitados em caixas de papelão, sob as marquises. Por mais de uma vez vi alguns destes mendigos falando em seus celulares. Vamos voltar agora ao comercial da Globo e o seu mais poderoso elenco jamais reunido num só comercial. A produção com o padrão de qualidade da Globo exibe uma folha de pagamentos cujo valor total é incalculável. Ou deveria ser. Ninguém precisa ter recebido um centavo por sua participação, o simples fato de estar naquele comercial é o maior sinal de sucesso profissional que alguém possa exibir. O que a Globo mostra em seu comercial de fim de ano é a exibição amistosa e emocional do elenco mais sofisticado que uma organização pode apresentar. É o brilho e o profisionalismo de cada integrante do grupo construído ao longo de uma série de programas que os tornaram em ícones da admiração popular, a um custo combinado de seus rendimentos, e dos rendimentos de centenas de outros talentos que deram a eles as condições de brilhar encantar o público. O que me leva a pensar no livro e nas conclusões do Bob Garfield. A principal fonte de renda da Globo para pagar aquela festa é o pagamento dos espaços comerciais em seus programas. E a receita assim obtida está com seus dias de mágica ameaçada. Não pela concorrência – ansiosa para poder um dia se deparar com o “problema” da Globo. . Este futuro de sucesso econômico sem fim está ameaçado pelo celular que está em todos os bolsos ...do mendigo ao bilionário em seu iate de 200 pés. A capacidade de antecipar-se ao que os novos tempos trazem desde a imigração do homo sapiens da África para o resto do mundo há 70 000 anos, ao vale do silício, tem assegurado poder e glória ao longo da história para alguns gênios. O conto do Hans Christian Andersen sobre o rei nu, tornou-se metáfora mais precisa sobre a capacidade de umas poucas pessoas perceberem que algo tão badalado e respeitado pode não mais merecer a admiração de todos. E o que o Garfield demonstra em seu livro é que há uma porção de reis nus circulando por aí e fazendo crer a seus súditos que estão magnificamente vestidos. Ao longo dos meus mais de 50 anos de profissão dedicados ao marketing já vi, como todos os meus companheiros de viagem, as mudanças que afetaram empresas e mercados no Brasil e no mundo. Como frase espirituosa (pelo menos eu a acho assim) costumo dizer que a única coisa que não muda, ou mudou, ou mudará é a mudança. O comercial de fim de ano da Globo para minha preocupação como fã da emissora é que seja uma sutil exibição de um rei nu.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Por que a bondade é a força mais poderosa do mundo – ainda bem! Não me considero exemplo de bondade, nem de solidariedade, nem de desprendimento e quem me conhece poderá até minimizar as críticas que me faço de saída aqui ao escrever este texto. Não quero me citar como bom exemplo, pois, terei a certeza de angariar antipatias das mais diversas de gente crítica como eu em relação à humanidade. Mas, pela mera observação da história qualquer analista isento há de concluir que TODAS as melhorias da raça decorreram de atos de bondade de algum de nossos ancestrais Para cairmos direto na área das controvérsias peço a sua atenção para os redatores dos “livros sagrados” de todas as religiões. Um trabalho insano e incessante de gente de todos os cantos da terra que dedicaram as suas vidas para direta ou indiretamente dizerem o que deveria e o que não deveria ser feito por todos em favor de algo mais importante do que a vida nos possibilita no seu dia-a-dia. Pode fazer isto, não pode fazer aquilo, é absolutamente proibido fazer aquilo outro tornaram-se, conforme a crença religiosa em verdades absolutas. Quem fizesse errado sofria penas quase sempre capitais, e os próprios detentores dos textos sagrados, nos seus desentendimentos, também eram sacrificados. Atos de bondade, coisa nenhuma dirão os mais críticos, os mais decepcionados com os atos dos homens: o que estes redatores fizeram foi de fato aumentarem o seu poder . A bondade os beneficiava e os beneficiou muito mais do que talvez tenham beneficiado no varejo quem tenha seguido os preceitos por eles definidos. Toda as definições nestes livros sagrados (e nos códigos de leis quase sagradas elaboradas Poe alguém) o objetivo era conjurar algo que se até aquele momento não era entendido como maldades dali em diante passou a ser entendido assim. Embora a nossa herança judaico-cristã alardeada como uma espécie de UDN do bom mocismo prepagada por pessoas cheias de outras culpas, o fato real é que esta tem sido a nota condutora de todos os bens do mundo. E também dos males, pois se não houvesse males como constratá-los com os bens? Analise o que ocorre em sua vida e separe 10 fatos que a afetaram muito. Faça a contabilidade secreta e pessoal e veja quais os decorrentes de atos de bondade sua e atos em que a bondade não foi parte da preparação do que os moldou.
Estou ansioso aguardando os seus comentários... ,

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Para fazer você pensar sobre a perfeição da natureza e a imperfeição dos homens...



Protesto de baleias na Nova Zelândia. Todas morreram!

Desde menino urbano morador em Copacabana, mas "proprietário" da floresta tropical nos morros que eram o meu quintal, e que ficavam no fundo da minha rua e de todas as ruas mantive uma relação muito sadia com esta questão de natureza.

A natureza era muito bonita, as plantas tinham tantas tonalidades de verde, eram tão diferentes entre si, e conviviam com os bichos, especialmente os pássaros que afinal de contas estavam junto a elas há alguns milhares de anos, independente de eu estar lá "explorando" trilhas, lançando facas em troncos imitando lançadores de facas em filmes sobre a idade média, tentando fazer fogo friccionando pedaços de madeira seca (nunca consegui) e outras bobagens.

No morro, o nome genérico que dava àquela imensa floresta, havia também outros bichos: lagartos, cujo nome errado genérico na minha cabela era "camaleões" e lagartos imensos rajados de amarelo e marrom cujo nome nunca soube.

Havia cobras cujo destino - quando descobertas, só podia ser a completa destruição com cabeça dilacerada a pedradas. Não ficava olhando para a cobra para saber pelo formato da cabeça se ela poderia não ser venenosa. Cobra era cobra, bicho safado que havia causado a expulsão de Adão e Eva do paraíso, uma sacanagem a ser punida pela eternidade, ainda mais que nunca se soube se a cobra do paraíso era venenosa ou não.

Havia as aranhas que se dedicavam com um vigor sem fim a tecerem teias dignas de aparecer hoje no Nat Geo. Eram imensas, se estendiam por muitos metros, entre árvores e arbustos e prendiam quantidades imensas de insetos cujo destino eram as fauces horrorosas daqueles bichos.

Nunca matei as aranhas, mas sempre que me dava na veneta arrebentava alguns fios das teias para que elas trabalhassem um pouco. E deixassem aquela vida fácil de comerem os insetos voadores "burros" que ficavam presos lá aguardando a hora de serem traçados.

No mar só havia chance de ver bichos de perto no Arpoador, junto às pedras. Muitos peixes, peixinhos e bichinhos flutuantes minúsculos que podiam ser planctons.

Afinal o nome arpoador foi dado porque alguns cariocas primitivos - sem barcos, com certeza - iam para lá para caçar baleias que chegavam em algum momento do ano.

Outros bichos marinhos visíveis eram as arraias, cuja aparição gerava o grito do "olha a arraia" e fazia todo mundo - naquela época - sair da água pois todo mundo sabia que elas tinham um rabo peçonhento que se te acertasse em algum lugar do corpo "nuna iria cicatrizar".

Botos e baleias distantes também apareciam ocasionalmente.

Ora, sem admirações míticas pela natureza, vivi a natureza da minha infância numa atmosfera de entendimento cordial. Nunca cacei bichos, e matar mesmo só matei as cobras e os camaleões. As cobras porque eram todas perigosas por definição e os cameleões até por que dizia-se que arrancando o rabo deles, que ficava pulando como se estivesse vivo. iria nascer outro rabo novo igualzinho sem maiores problemas para o bicho.

Nunca acompanhei a recuperação de nenhum deles e desconfio hoje que
tanto o rabo quanto o bicho acabavam serrados e comidos pelas formigas.

O que não havia na natureza, nem nunca houve, foi a grande e sábia paz, onde todas as formas vivas viviam em perfeita harmonia.

Os bichos e as plantas tinham de se virar para conseguir a cada dia prorrogar as suas vidas, na maioria das vezes, às custas da vida de outros vegetais e outros animais.

Nós, os homens, nos sentíamos acima desta natureza toda porque tínhamos como sobreviver pois aprendêramos isto ao longo da história.

Daí o apelo no título deste post diante desta foto recente de baleias suicidas na Nova Zelândia.

Nós nos sentimos donos do mundo, responsáveis por tudo de bom e agora cada vez mais com tudo de mal que ocorre por aqui.

O aquecimento global é um problema muito sério que vai nos afetar barbaramente nos próximos anos, como já nos afetou há algumas centenas de anos. O esfriamento global também qusse eliminou todas as formas de vida na Terra, por várias vezes, há alguns milhares de anos.

Nem eu, nem meus avós, nem seus avós tiveram qualquer responsabilidade sobre estas catástrofes terrestres, pois eles nem se davam conta que havia uma terra.

O meu choque e o meu questionamento se dá quando vemos agora, quase 100 baleias que decidem em conjunto lançarem-se às areias de uma praia deserta, numa região quase deserta afastada de todas as outras áreas habitadas da Terra para morrerem assadas pelo sol e pela fome.

Não se trata de greve de fome para protestar e chamar a atenção do mundo para as causas defendidas por eles.

Se não fosse a imprensa a morte destas baleias passaria despercebida, como passaram despercebidos milhares de outros suicídios coletivos de baleias nos últimos séculos.

Baleias e golfinhos são os bichos mais independentes do mundo. Conseguem viver bebendo água salgada, e conseguem ir para qualquer lugar da Terra onde haja mares e oceanos.

Golfinhos, segundo pesquisas de universidades respeitáveis, estão um grau abaixo dos homens em termos de inteligência. Não inventaram as coisas que os homens inventaram por uma razão muito inteligente: eles não precisariam.

Baleias, que são golfinhos maiores, não devem ser mais burros.

Se as baleias decidem pelo suicídio elas devem ter motivos muito sólidos.

Há os radicais da ecologia que atribuem estes suicídios às condições adversas da águas pela ação dos homens. O que certamente acontece e aconteceu. Mas, para um suicídio "justificável" este suicídio devia ocorrer onde o mar estivesse mais poluído e não exatamente onde o mar está mais limpinho no mundo.

O fato é que as baleias se jogaram nas areias para morrer e conseguiram o que queriam. Não havia força humana capaz de arrastá-las para o mar aberto e mesmo que houvesse, não existiria força humana para impedi-las de se lançarem às areias logo em seguida à salvação forçada por nós.

Aprendi no meu convívio com a natureza que é impossível pensarmos com a cabeça dos animais que nos cercam: você pode gostar muito de seu bicho de estimação, mas ele é ele e você é você. As coisas que ele faz não seguem a lógica (por mais ilógica que seja|) humana.

Se isto fosse possível caio na tentação de me associar um sentimento de perda das baleias para justificar o seu suicídio em massa: um tédio mortal, com todos os títulos.

Se as baleias são inteligentes não é difícil imaginar que a vida das baleias é um saco, se analisada por um bicho inteligente.

Ficar navegando incessantemente em torno da Terra para...nada. Ano após ano, século após século, milênio após milênio.

Portanto aqui vai uma dica para fugir da tentação do suicídio individual ou coletivo:
fuja do tédio.

Não se deixe levar por uma existência chata.

Pense nas baleias!!!




segunda-feira, 1 de agosto de 2011

As 9 necessidades que levam alguém a fazer QUALQUER COISA!!!


Há já um bom número de anos algumas pessoas me chamam de professor. Tudo isto nasceu meio por acaso não por uma determinação minha, mas porque algumas pessoas geniais me convidaram para dar aulas sobre marketing direto.

Em 1974, a recém instalada ESPM no Rio de Janeiro através do professor Ney Coe de Oliveira, incentivado pelo José J. Veiga. Veiga meu amigo e um dos escritores brasileiros mais traduzidos em outras línguas disse a ele que eu seria capaz de explicar para os alunos como se fazia comunicação por marketing direto.

Até então minhas “aulas” tinham sido dadas apenas às pessoas que vinham trabalhar comigo e teriam de escrever textos capazes de fazer quem os lesse a comprar o que lhes era oferecido ali.

Minhas “aulas” sobre a matéria vinham de bons autores, como David Ogilvy, John Caples , James Webb Young e outros. E principalmente vinham da estrutura de Seleções do Reader’s Digest no Brasil e no mundo, onde desde 1964 fui editor de livros especiais.

Lá em Seleções conheci o Veiga, que além de autor de grandes livros no Brasil era o editor dos livros condensados de Seleções: um volume que a cada 3 meses, publicava num único livro as condensações de 4 títulos bem vendidos nas suas versões integrais em seus países.

O meu cargo aproveitava as minhas habilidades jornalísticas, as minhas habilidades de publicitário, obtidas na JW Thompson e as minhas habilidades de empreendedor de marketing para criar, inventar, tornar reais livros sobre temas que deveriam interessar os leitores a quem fossem apresentados.

Não era uma função que pudesse ser caracterizada como “business as usual”, pois exigia uma contínua disposição de ir além enveredando por territórios cuja exploração talvez requeresse gente muito mais preparada do que eu.

Fiz livros sobre a Segunda Guerra Mundial, livros sobre Natureza, sobre animais, sobre Saúde. Fiz com uma equipe inesquecível obras jornalísticas de periodicidade anual, como o Almanaque de Seleções – cujas bases me levaram a criar este Almanaque do Pio – fiz o Livro da Juventude por 7 anos seguidos e fui o editor de um grande atlas mundial.

Gostava do que fazia e gostava ainda mais do que era obrigado a entender para que aquilo desse certo. Uma destas coisas era o marketing direto, a criação de textos para que as vendas comprovassem que as idéias de livros tinham sido boas. E tinha que saber que tudo aquilo tinha de ser feito no Brasil, para um público devidamente cadastrado na era anterior aos computadores.


ANTES DE CHEGAR ÀS MINHAS 9 NECESSIDADES MAIS ALGUNS PONTOS A OBSERVAR

Para nós em pleno século 21 não nos passa pela cabeça a força incomensurável da comunicação que transformou tão radicalmente o gênero humano de 1900 a 2000!

O mundo virou de cabeça para baixo (ou como dizem em São Paulo, de ponta cabeça) em relação a todas as atividades humanas ao longo destes 100 anos. E quem possibilitou tudo isto foram os primeiros profissionais da comunicação reconhecidos como tal.
Antes não havia produção em massa e os produtos eram vendidos um a um pelos caixeiros viajantes para os varejistas de centenas de cidades, em dezenas de países. No século 20 era preciso vender os milhões de produtos que podiam ser feitos em série para milhões de pessoas no mundo, e quanto mais rápido melhor.

Quem conseguiu fazer isto foram empreendedores, desejosos de mudar as coisas, inspirados por suas informações e pelo que eles achavam que as pessoas eram ou o que estas pessoas deviam ser.

Da mesma forma que surgiram os milhões de produtos que deram certo graças à publicidade existiram muitos outros milhões que foram completos fracassos.

Quem colhia os grandes lucros eram os fabricantes, os donos dos produtos e serviços. Também quem sofria os grandes fracassos eram eles mesmos.

Quem colhia tanto nos sucessos quanto nos fracassos todos os novos conhecimentos éramos nós, os novos profissionais da comunicação que por fazer, repetir, deixar de fazer, considerar novas formas de comunicação acabamos por nos tornarmos os especialistas em levar as pessoas a mudarem de opinião.

Quem se tornou especialista em comunicação por marketing direto tinha o privilégio de ao mesmo tempo criar, produzir, enviar pelo correio as suas idéias de como vender de tudo e saber dois depois como aquilo tinha funcionado ou não.

Havia uma tendência quase irresistível de considerar todos os profissionais que não conjugavam dos mesmos conhecimentos sobre como as pessoas iriam reagir como meio tolos, quando não iam mais além.

David Ogilvy, presidente e inventor de uma agência em que fui trabalhar em 1985, chamava o marketing direto de sua primeira paixão e sua arma secreta. E era comum ele baixar o pau nos publicitários que não se curvassem diante dos marketeiros diretos.

Quando fui convidado pelo Ney para dar aulas de redação publicitária na Escola Superior de Propaganda e Marketing, no Rio decidi que meus princípios de redação deveriam ser baseados nos princípios de redação do marketing direto.

E me inspirei diretamente num livro de John Caples , “Making Ads Pay” que se propunha a apenas ensinar as pessoas como escrever textos que compensassem os donos dos produtos e serviços anunciados pelo publicitários.

A matéria era dada em apenas um semestre e eu tinha de tal como nos livros do Veiga fazê-la condensada.


NASCEM AS 9 NECESSIDADES HUMANAS

Nos últimos anos, nas últimas décadas, a comunicação passou por mudanças imensas, mas em nenhum momento foram desrespeitadas as 9 necessidades humanas que condensadamente conclui estarem por trás de todas as compras feitas em qualquer momento da história da humanidade.

Confesso que provavelmente estas necessidades que tenho apregoado há tantos anos foram buscadas em textos diversos, em autores diversos, mas que para minha surpresa – quando há alguns anos busquei a sua origem – não pude localizar nem com o Santo Google.

Há milhares de fórmulas, de centenas de autores, mas não há esta “minha” lista que coloco agora diante de meu leitor.

Para comentá-la, passo a passo, não vou me alongar como fiz aqui.

Mas, diante de tantas explicações, gostaria de saber se alguém já a conhecia.
Mais ainda, se alguém discorda dela e gostaria de acrescentar novas necessidades, ou retirar alguma.

Aguardo com muito empenho seus comentários.

As 9 necessidades humanas

o Ganhar Dinheiro
o Economizar Dinheiro
o Economizar Tempo e Trabalho
o Ajudar a Família
o Sentir-se Seguro
o Impressionar os outros
o Ter prazer
o Aprimorar-se
o Pertencer a um Grupo

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pense. Logo, exista! 1 – Um almanaque de idéias para você considerar...


Pense. Logo, exista! 1 – Um almanaque de idéias para você considerar...

A inspiração do texto veio dele e de seu Discurso sobre o Método. Que ele e Deus me perdoem...

Não existe passatempo mais barato, mais prazeroso e mais instrutivo do que andar pelas ruas, prestando atenção nas caras e no jeito das pessoas.

Como profissional de marketing tenho a distorção de imaginar o que seria necessário dizer ou exibir para vender alguma coisa para aquela gente. Para cada tipo de gente. Pois cada um deles ou delas usa o seu dinheiro para comprar algumas coisas. E decide comprar em grande parte devido às ações que nós marqueteiros ajudamos a desenvolver.
Um produto ou serviço hoje mais do que nunca só existe quando alguém o compra.

(Imagine o desafio de criar um texto que fizesse o Descartes comprar alguma coisa ?)

Imagino os caminhos – as sinapses mentais - que levam ao centro das decisões de compra daquela pessoa bem no meio de seus cérebros!O caminho está longe de ser racional e de poder ser copiado por qualquer um usando a “doutrina” certa.

Há uma infinidade de livros, trabalhos e pesquisas que estão sendo feitas, já foram feitas, ou estão sendo iniciadas agora mesmo em algum lugar da Terra.

E à falta de quem me desminta, não existe pesquisa mais importante na Terra hoje do que saber como tornar pessoas em consumidores (eleitores, fiéis, defensores).

Esta é a mais importante chave do poder. Aquela história do Santo Graal do Indiana Jones vira brincadeirinha de criança diante do poder de quem saiba agora “influenciar pessoas...”

Há trabalhos muito interessantes e que evidenciam a sua precisão quando associa as mensagens para que alguém faça ou deixe de fazer alguma coisa à hipnose.


Havia quando eu era menino uma moda de hipnotismo exibido em teatros.

Professores dos mais diversos nomes e nacionalidades se exibiam para auditórios que pagavam para vê-los fazendo coisas inexplicáveis desde que tivessem sido hipnotizadas.

Lembro de uma destas hipnoses: Um pessoa da platéia, dentre as que diziam que queriam ser hipnotizadas, era convencida de que seu corpo era rígido como um tábua.

A sua nuca ficava apoiada numa cadeira e os seus pés numa outra cadeira. Entre estas duas cadeiras havia mais umas duas ou três que após a hipnose eram retiradas pelo professor.

Quando sobravam apenas as duas últimas cadeiras – a da nuca e a dos pés – o espectador ficava lá durinho como uma prancha de madeira e dormindo. O hipnotizador ia botando pesos em cima do hipnotizado que não se mexia. E resistia como se fosse uma prancha estendida de uma cadeira à outra.

Admitindo-se que não havia uma prancha de madeira ou aço disfarçada sob as roupas do espectador “hipnotizado” quais seriam as palavras mágicas do hipnotizador ditas e ouvidas pelo espectador para que ele se acreditasse e se tornasse na prancha rígida entre as duas cadeiras?

Os exercícios a que o hipnotizador submetia o auditório ajudavam a “comprovar” seus poderes hipnóticos sem que tivesse de recorrer a assistentes disfarçados de espectadores.

Seriam aquelas mágicas aparentadas com as usadas pelos comunicadores de marketing para levar quem ou ouve ou vê a comprarem coisas?

Descartes, o autor do “penso, logo existo” que inspirou o título deste texto escreveu nos primeiro parágrafos do seu “Discurso sobre o Método” que o bem mais abundante do mundo era o “bom senso”.

E a“ explicação para esta certeza é que não havia (nem há) pessoa que se queixe de sua falta de bom senso”.


As pessoas afirmam que precisam de mais dinheiro, de casas melhores, de empregos melhores, de mais prazeres na vida, de mais horas de lazer, de viajar mais. Mas nesta lista que pode se tornar infinita sempre irá faltar o item “bom senso”.

O que podemos fazer na comunicação de massa para levar pessoas a mudarem seus comportamentos ? A levá-los a comprar?

Quais as super-mágicas hipnóticas que devemos usar na comunicação dirigida para termos a certeza de que estão fazendo ou deixando de fazer alguma coisa em função do que lhes informamos diretamente, via e-mails, sms, cartas, o que seja?


O cara que usava fotos de consumidoras para se inspirar...


Sempre me lembro da história de um publicitário americano que em alguma década do século passado costumava povoar seu escritório com fotos ampliadas de consumidoras montadas em displays.

Todas as fotos eram de consumidoras reais dos produtos para os quais dedicava a sua criação.

Acho esta história marcante pois nela – com a tecnologia disponível na época – ele sabia, bastando olhar em volta, a quem teria de cativar com a sua comunicação. E ao criar qualquer idéia para elas podia sentir se aquele papo seria aceito ou rejeitado.

Seus conceitos tinham de ser entendidos – comprados - por gente com aquela cara, aquelas roupas, aquela maneira de ser.

Não adiantava concentrar a sua inteligência criativa imaginando que iria falar para modelos lindas, para mães cheias de charme, para as pessoas que sabiam combinar roupas com bom gosto. E que iriam aparecer nos anúncios e nos comerciais.

Ele também sabia que jamais devia falar a elas de forma desrespeitosa . Nada de falar de cima para baixo, nem muito menos colocar-se como um adulador que valorizasse a falta de preparo social de suas possíveis clientes.

Ele precisava falar para gente com aquele jeito para que aquelas pessoas se sentissem tão charmosas como as modelos, ao comprar o que ele queria vender. Mais ainda: para que nelas fossem despertadas as emoções que as aproximassem, pelo consumo, a todas as boas coisas do mundo. É por aí que se justifica usar o sabonete “de 9 entre 10 estrelas do cinema”.


Tornavam-se gênios os criativos que demonstraram a sua capacidade de adequar suas mensagens a estas sutilezas das realidades humanas, mesmo que naquela época usar este tipo de argumento não estivesse ainda na moda.

No Brasil, ainda nos anos 20, o Bastos Tigre, foi reconhecido como o algo próximo de um gênio. Não pelos reclames que criava, mas por ser reconhecido como um sujeito culto e cheio de idéias.

Nesta época não havia a indústria da comunicação. A comunicação de marketing ainda não existia. Existiam apenas os reclames. Bastos Tigre criou um reclame para bondes do Rhum Creosotado, "Veja ilustre passageiro, o belo tipo faceiro que o senhor tem a seu lado...” em que ele dizia que a outra pessoa quase morreu de bronquite, “salvou-o o Rhum Creosotado”.

Rhum Creosotado era rum misturado com creolina. Cujo gosto era exatamente o de rum misturado com o desinfetante quase único na época feito como um subproduto da transformação do carvão mineral em gás de cozinha...

Parece coisa muito antiga? Mas, no caso do Rhum Creosotado, o lance de genialidade foi associar as qualidades curativas do remédio com a boa aparência dos demais passageiros no bonde.

O anúncio apelava para um testemunhal coletivo e ao vivo. O passageiro lia o cartaz e olhava para os outros passageiros e passageiras.

Até os passageiros adoentados podiam ser vistos como aqueles que estavam precisando tomar o Rhum Creosotado... Resultado: o Rhum Creosotado tornou-se num sucesso como produto e o anúncio no bonde tornou-se num clássico muito mais por seus aspectos folclóricos do que por estas observações feitas aqui.

Ah!



Lembrei de um momento do passado brasileiro bem mais recente que continua presente até hoje, apesar de tantas mudanças, no país e nas pessoas:

O creme dental Kolynos era líder de vendas, mas devido a procedimentos empresariais (CADE) em relação a marcas (o que não vou abordar aqui), em 1990 subitamente a marca Kolynos e sua cor amarela tiveram de ser abatidas a tiros. Retiradas do mercado, assim como tudo que a elas se referisse.


A pasta usada pela maioria dos consumidores de creme dental desde 1917 tinha de sair do mercado. O creme que viesse a sucedê-lo não poderia apropriar-se de sua cor, nem usar nomes semelhantes, não obter vantagem alguma relacionada com a marca que há 80 estava nas bocas dos consumidores brasileiros...

A pasta Kolynos passou a se chamar Sorriso. Mas o CADE não prestou atenção ou vetou um Ah! imenso que representava o prazer de usar Kolynos presente em todos os seus anúncios.

Aquele Ah! era quase uma expressão orgástica - quando se acabava de escovar os dentes com Kolynos...

O Ah! não foi vetado ou percebido pelo CADE como algo assim tão associado à Kolynos.Afinal era apenas uma interjeição presente nos anúncios...

E o Ah! continuou sendo usado pela Sorriso décadas depois de sua criação para a Kolynos e muitas décadas depois do fim da pasta. E continua até hoje em 2011 quando este texto é escrito.

Mais incrível ainda: por anos seguidos depois da retirada da Kolynos do mercado pesquisas com consumidores sobre as marcas de pasta de dente de sua preferência ainda apontavam a Kolynos como a número 1. Na cabeça de seus consumidores que há anos não podiam comprar a Kolynos nas farmácias, a Kolynos era declarada a sua pasta favorita.

É uma hipnose ou não é?

O autor do Ah! até onde eu saiba foi o José Rolim Valença, ex-presidente da AAB, a agência dedicada às relações públicas do grupo Ogilvy. O Ah! foi criado antes desta época e nunca o Rolim foi festejado como o responsável (ou pelo menos como um dos responsáveis) deste grande momento da criação publicitária nacional.

Tremenda falha dos estudiosos... Não há referências a este Ah! no Google, logo ele não tem referências históricas.

Não é incrível que este Ah! uma interjeição apenas como legenda ampliada da cena bem estar mostrada no anúncio tenha tido uma vida tão longa?

E como este Ah! (pense no publicitário americano com as fotos dos consumidores em seu escritório) foi capaz de manter aquela pasta de dentes como a mais vendida no Brasil, para todos os públicos?

É o anúncio existindo como algo mais importante do que o próprio produto anunciado!!!

Não tenho dúvidas que o meu passatempo de analisar as caras e os jeitos das pessoas nas ruas nasceu da “dica” do passado. Gente sempre é diferente. E cada pessoa, bem analisada, sempre nos ensinará alguma coisa importante. Mas, de todas a pessoas que vejo , se ainda existisse a Kolynos, haveria pelo menos 50% que a usariam como creme dental... Ah!

Mas é inegável que mudanças do comportamento das pessoas que vejo nas ruas e mais ainda nas pessoas muito mais numerosas que não vejo , têm chamado muito a minha atenção. Convido você a compartilhar comigo algumas destas observações.

A primeira e muito importante:

Se separarmos as cabeças das pessoas que estão abaixo delas TODO MUNDO é IGUAL! Ou quase ...

Para evitar dúvidas, esta afirmação vale para todos. Do intelectual ao mendigo, do papa ao pecador mais doentio, da mais pacífica à mais agressiva das pessoas. E tento provar este absurdo com uma parábola:



Imagine que existisse um veículo revolucionário, de sonho. Um veículo que fosse ao mesmo tempo um barco que você pudesse usar com qualquer mar. Não interessa se as ondas estão quebrando a 30 metros de altura, se estão destruindo as praias, se os ventos são furacões. Ou se o mar esteja calmo, azul e transparente num dia de verão em Angra...


Com este veículo você seria capaz de sair, de navegar como quisesse por cima e por baixo d’água. E ainda ao chegar ao litoral usá-lo como automóvel com uma suspensão perfeita que possibilitasse andar por qualquer terreno.

Se quisesse - já que estamos no mundo do faz-de-conta - este veículo, seria capaz de voar, como aquelas máquinas do “Avatar”...

Agora faça de contas que você tivesse um veículo destes. Só que em vez de usá-lo com todas as suas qualidades limitasse o seu uso a apenas dar voltas em torno do quarteirão de sua casa...

Na minha visão, usando este veículo como referência você e eu (todo mundo) já tem um veículo como este e usa apenas um milésimo de suas possibilidades.


Há no mundo 7 bilhões de veículos destes. Quase todos sendo usados apenas para dar voltas ao quarteirão. E na maioria das vezes nem para isto.


Estes veículos mágicos estão estacionados ou atolados nas nossas cabeças que por um estranho dom, assegurado apenas aos humanos, são os únicos seres no universo que têm capacidade infinita de pensar. E sempre tiveram...


Mesmo os mais burros, os mais limitados, os mais malévolos, os mais bobos TODOS têm um superveículo destes dentro de seus crânios. Se todos cismassem de usá-los ao mesmo tempo teríamos o maior engarrafamento da criação!Um big bang comandado.


Por que será que deixamos nosso veículo na garagem?



Já tive experiências fascinantes ao constatar capacidades intelectuais por parte de pessoas cuja apresentação, aparência, jeito, teriam me levado a acreditar a priori que dali não sairia nada que prestasse.

Então todo mundo é bom? Todo mundo é maravilhoso? Claro que não. O que a minha “pesquisa” revela com absoluta certeza é que todo mundo é capaz de ser muito mais e melhor do que aparenta e não só diante dos outros, como diante deles mesmos.


Tive poucas oportunidades de manter conversas mais profundas ou filosóficas com um amigo que já se foi há muitos anos: meu pai.

Não o culpo, nem me culpo por esta falha. Era assim que as coisas eram. Mas, dele consistentemente recebi sempre um desincentivo de me dedicar à carreira militar.

E meu pai foi um bom oficial do exército. Eu nasci durante a segunda guerra mundial, aprendi a ler no ano da vitória dos Aliados sobre as forças do eixo (Alemanha, Itália e Japão). Torci por esta vitória, desde que aprendi a falar.

Conhecia todos os aviões, os nossos e os deles, os tanques, os uniformes, o armamento.

Quando a guerra terminou com a rendição incondicional do Japão eu “marchei entusiasticamente o dia inteiro em volta da mesa da sala de minha casa ouvindo as notícias do rádio, misturadas com marchas militares e discursos saudando os novos tempos.

Foi a minha primeira sensação inebriante de vitória em que não tinha nem idade nem conhecimentos para perceber as perdas, apenas a certeza da minha vitória.

Esta vitória ocorreu quando morávamos em Olinda e era de lá que eu saia todas as manhãs para ir para o Colégio em Recife de carona no jipão do exército que levava papai para o comando do estado maior da região – uma área de guerra que até assegurou a ele uma medalha de Guerra. Não podia haver sonho maior para um menino de 5 anos andar num jipão com um pai fardado, oficial do Exército, rumo ao Jardim de Infância.

Mas, com todos estes incentivos para me tornar também um militar, papai me dizia que diante do que acontecia nas demais áreas haveria muito mais a realizar na minha vida adulta se explorasse o que havia além da vida de um soldado profissional.

Havia muito a aprender com derrotas, guerras e vitórias, mas ele me garantia que no mundo desenhado com o fim da guerra haveria muito mais realizar e prazer numa vida dedicadas a outras tarefas...

Guardei destas conversas - que se prolongaram muito depois do fim da guerra - algumas pérolas de pensamento estratégico que me ajudaram a pensar na vida sempre. E além da vida na caserna.


Quem dá a missão dá os meios.


É em 5 palavras o maior desafio para quem comande qualquer coisa, qualquer grupo de pessoas. É por isto mesmo a maior fonte de engodos para quem apenas finge que comanda.

Pode parecer que seguir este conceito tende a criar chefes “paternalistas”, ao levá-los a assumir obrigações exageradas para conseguir a mobilização de seus comandados.

Fica muito mais fácil justificar “derrotas” quando e se o chefe não disponibilizou os meios, e por isto os comandados não obtiveram o sucesso.

As culpas neste caso sempre recairiam sobre o chefe.

Quer dizer que a culpa da derrota é sempre de quem chefia?

Hoje,tantos anos após este conselho paterno posso garantir sem muita conversa mole que é assim mesmo.

E deve ser assim.

Não há esta história de na vitória o chefe merecer todos os louros e nas derrotas o grupo ter perdido diante dos concorrentes ou dos inimigos.

O chefe chefia e só é respeitado pelos comandados exatamente pela confiança que os comandados tenham nele.

Chefe para merecer a chefia tem de ser admirado, respeitado, reconhecido.

Não pode ser chefe para ser visto e aceito como um amiguinho poderoso.

A hierarquia não nasce dos regulamentos. Ela deve ser natural e alimentada todos os dias, em todos os gestos, inclusive nas relações de amizade. E dela nascem os regulamentos e não ao contrário.

Chefes irresponsáveis têm aumentado de número nas mesmas proporções que as responsabilidades se tornam maiores neste momento do mundo.

Instala-se uma perigosa anestesia decorrente da falta de avaliação de comandantes por seus comandados.

Fica mais fácil constatar isto quando os chefes no caso são os administradores de um país – qualquer país - e seus eleitores. E vale ainda mais para os pequenos chefes de pequenos grupos de garis a traficantes semi analfabetos, ou de professores a alunos em todas as séries.

E isto tem relação com mais outro conhecimento militar que fui buscar naquelas conversas antigas:

Como enfrentar o desafio de ser nomeado comandante de um grupo em que já haja oficiais superiores, oficiais menos graduados, sargentos, cabos e soldados “formados” por outros chefes e que diante de sua chegada como novo chefe deverão se constituir daí em diante na sua tropa?


Resposta: É atribuindo as missões e provendo os meios para cumpri-las . Reconhecendo os melhores e identificando os piores. É usando estas informações para os próximos confrontos.

É preciso ser honesto com a “tropa” e fazer que ela acredite na sua honestidade e na sua dedicação. A dedicação que você receberá de volta será equivalente, ou maior.

Ao ler o livro do Ken Follet, “A queda dos gigantes”, ainda no primeiro volume de três, você poderá se constranger ao constatar como a falência dos comandantes de tropas durante a primeira guerra mundial resultou na morte de milhões de comandados.

Fatos militares têm a virtude de não serem produto de discussões teóricas, entre amigos ou inimigos, diante de copos de bebida, ou em auditórios acadêmicos em que a pena pelas decisões erradas nunca (ou quase nunca) será a morte. Apenas um pouco de desmoralização, rapidamente deixada de lado.

A grande “virtude” desta primeira Guerra foi comprovar estas novas verdades às custas da vida de milhões de pessoas.

Nunca na História tanta gente foi sacrificada para provar alguma coisa. Foram verdades extraídas a sangue, tornadas ainda mais duras pelo fato único de que praticamente todas estas mortes e todo este sofrimento não tiveram uma causa justa, moralmente defensável.


E estes fatos recentes chegam a nós hoje em fotos em preto e branco e narrativas cercadas de emoções – como Faulkner nos revela no livro “Uma Fábula” quando os dois lados decidiram não lutar, não se matarem num certo dia... Não deu certo...

Mesmo me considerando bem informado, tive poucas oportunidades para me dedicar a entender as razões daquela guerra. Havia sempre tanta coisa acontecendo que não sobrava tempo para uma coisa tão passada como a primeira Guerra Mundial...

Os motivos das vitórias e das derrotas. O que a guerra havia ensinado ao mundo. E o que o mundo havia aprendido com ela, sempre foi algo meio enevoado.

Ficou apenas a questão das reparações de guerra a serem pagas pela Alemanha... Que foi o combustível, politicamente aceito pelo povo alemão para “justificar” a continuação da guerra, sob a nova administração dos nazistas.

É fácil escrever sobre esta desatenção sobre a Guerra agora, e afirmar que desta desatenção relacionada às reparações nasceu a Segunda Guerra Mundial.Afinal de contas tanto faz. Isto é passado.

Só que fatos tão importantes ou tão relevantes quanto este estão acontecendo todos os dias debaixo de nossos narizes e a eles não damos a menor atenção.

A maioria deles acaba esquecida ou desprezada, mas há muito outros que levam a pensar um pouco mais.

Coisas como o que realmente justificou o folclórico apoio dos intelectuais ao governo ditatorial de Fidel Castro em Cuba: nunca houve tal boa vontade e tanta torcida mundial por um grupo de pessoas decidido a terminar com um governo numa ilha que até então era dedicada as sacanagens mais diversificadas.

Sacanagens sempre vistas pelo resto do mundo como sacanagens contra o povo cubano. E não como sacanagens ocorridas em Cuba protagonizadas também e exatamente pelo povo cubano.


Nesta mesma linha, você já se imaginou pensando como os alemães - os bons alemães (artistas, filósofos, cientistas, professores...) – dando democraticamente tanta legitimidade aos inacreditáveis nazistas do Hitler antes da Segunda Guerra?

E até bem depois dela?

O que permitiu que um grupo de jovens sauditas se instalasse nos Estados Unidos aprendessem a pilotar aviões comerciais e decidissem usar aviões comerciais seqüestrados no mesmo dia de empresas norte-americanas para lançá-los contra edifícios sem que nenhuma de suas articulações tivesse sido detectada pelos vários serviços de segurança do país mais bem guardado do mundo?

E como explicar como os soviéticos conseguiram enganar o mundo por tanto tempo exibindo em paradas militares uma força de foguetes cenográficos (não tinham nada dentro deles) , mas que se constituíam no mais poderoso e visível incentivo para o aprimoramento dos armamentos americanos?


E a África, com inacreditáveis países inviáveis com governantes tão corruptos que se fossem usados como personagens de ficção nenhum autor ousaria incluí-los em qualquer história, pois ninguém acreditaria na história?

Quem pagava e ainda paga hoje as fortunas para estes pulhas não seria tão ou mais corruptos do que os governantes bandidos ? E todos sabem os seus nomes, e os nomes de seus países notáveis...

E aqui no Brasil? A que forças ocultas se referiu o Jânio em sua desvairada renúncia à presidência? Havia alguma força, oculta ou não, desejando vê-lo fora do poder?Quê força era esta? Será que ainda está solta por aqui?

Quem mandava no governo do Jango? Como ele pode ser deposto – sendo tão popular – sem que ninguém se colocasse a seu lado para impedir que um pequeno grupo de tropas exíguas o fizesse correr para o Uruguai?

São fatos históricos recentes apanhados sem escala de valores e que permanecem envoltos em mistério.Tudo isto e muito mais acontece agora e praticamente ninguém perde tempo em pensar nas razões disto acontecer.

O primeiro livro de grande circulação explicando as ações da Primeira Guerra, sem um viés ideológico de direita ou da esquerda, foi o de Ken Follet. Que tal como as “lições” militares de meu pai a mim como menino, passam a se constituir numa das melhores lições para o homem moderno diante de sua história.

Tudo me leva a crer, que a essência dos grandes problemas da humanidade, ao longo de todos os seus anos, está no espírito de alienação coletiva diante das realidades óbvias, ignoradas pela maioria.

Decartes, no “Discurso sobre o Método”, ao fazer as observações críticas sobre os homens, escreveu o “Penso, logo existo!”.

Diante do que está ocorrendo a nossa volta, eu peço a sua atenção para a sua e a nossa necessidade de pensar mais usando aquele superveículo a que me referi nas primeiras linhas.

1. Pensemos e repensemos com toda isenção questionar nossa adesão a priori a ideologias, políticas, religiões, etnias e outras firulas. Não importa qual seja a sua origem, ou seus “inspiradores”. Ao contrário da piada sobre o anarquista que dizia “Hay gobiernos? Soy contra”, a recomendação é “Há certezas absolutas? Vou pensar e desconfio que serei contra.”

Coisas “firmemente” estabelecidas como a seriedade européia, a disciplina japonesa, o respeito à democracia dos americanos, a irresponsabilidade dos brasileiros que querem levar vantagem em tudo, a péssima origem dos brasileiros nos portugueses(+ índios + negros) e o que perdemos não sendo colonizados pelos holandeses...

Tudo isto precisa ser não só repensado como estudado à sério para que não façamos papel de bobos alegres.

Uma explicação confortável para esta ignorância tão abrangente pode ser localizada na busca bem sucedida da simplificação da vida. Uma série de vantagens a que todos nos habituamos e que mudaram a forma de viver das últimas gerações. E só das últimas gerações.

Os nossos bisavós tinham uma vida que consideraríamos uma dura sentença: Além de morrerem bem mais cedo decaídos fisicamente pela inexistência de medicamentos, como antibióticos, eles precisavam ocupar-se todos os dias à compra de alimentos cercados de cuidados impensáveis hoje.

Nada podia ser adquirido sem prever o tempo curtíssimo de seu apodrecimento.

No século 19, por exemplo, não havia geladeiras, para preservar a carne, e tudo o mais que se conserva refrigerado hoje. As compras de alimentos eram críticas para assegurar a vida e saúde muito mais do que hoje. Pois qualquer intoxicação podia levar à morte.

A quem cabia determinar se o alimento era sadio era apenas quem o comprava. Não havia o estado determinando as leis sobre o consumo, nem embalagens com informações sobre o que havia em cada alimento.

A compra – qualquer compra - era sempre uma negociação com os “fregueses” . As famílias mais abonadas sempre, ou quase sempre, obtinham mais sucesso.

Isto, embora muito trabalhoso obrigava as pessoas pensarem muito mais.

Outra coisa rara e difícil para nossos avós: obterem informação, sobre qualquer tema.

Uma simples pesquisa requeria consultas a bibliotecas, quando havia bibliotecas.

O que era certo ou errado era muito mais uma atribuição dos padres, ou dos demais religiosos. Desde sempre as sociedades humanas se viram diante das falibilidades dos regulamentos locais. Quando mudavam os líderes podia haver mudanças importantes em relação ao que seria certo e aceito e o que seria errado e passível de punições.

E a questão da punição também era e continuará a ser muito complexa para qualquer grupo de pessoas. O linchamento até a morte por apedrejamento está previsto nos livros sagrados dos mesmos cristãos que há pouco tempo se insurgiram no mundo atual diante da mesma punição determinada pelo Iraque a uma cidadã por seus juízes seguindo a mesma lei – exposta na Bíblia.

E este é apenas um exemplo extremo para colocar esta questão do crime e castigo em foco. Quer mais? Na Inglaterra até o início do século XIX a maioria das penas implicava em sacrifícios físicos aos culpados.

A questão de colocar alguém numa cadeia tinha como implicação imediata a necessidade de alimentar o preso pelo número de dias ou anos que ele ali ficasse.

Não havia tanta comida assim disponível nem na Inglaterra, nem em lugar algum do mundo. Num exercício intelectual bem simples se alguém era posto na cadeia e tinha de ser alimentado lá dentro havia uma condenação dupla: para o criminoso - privado de sua liberdade – e para todo o povo que estaria pagando com os seus impostos a comida dada a ele.

E desde sempre houve no mundo gente que queria romper com as leis para obter vantagens. O roubo de uma bolsa numa feira era o tipo de crime fácil de ser praticado, garantido pelo lucro rápido e imediato. Bastava entender o comportamento das vítimas, e usar a vantagem da fuga facilitada em meio à multidão reunida nas praças.

As feiras seriam tão bem sucedidas quanto mais seguras fossem para quem as freqüentava. Daí a presença de guardas atentos para identificar possíveis ladrões.

Tudo muito lógico e facilmente imaginável, pois todo mundo já viu cenas de feiras antigas em dezenas de filmes de época.

O que ninguém viu nestes filmes era o processo legal relacionado aos ladrões apanhados em flagrante.

Todos os assaltados e todos os que escapavam dos ladrões imediatamente dariam pleno apoio a que os ladrões fossem levados a um pelourinho e punidos com chibatadas bem aplicadas por carrascos implacáveis, não é?

Se mesmo com uma punição como esta ainda houvessem roubos, seria natural ir mais longe, e além das chibatadas seria uma boa punição cortar o nariz do ladrão que ficaria assim marcado com um sinal para que não voltasse a roubar pessoas. Ao vê-lo sem o nariz, ou marcado na face com um ferro em brasa, a vida do bandido se tornava muito mais dura.

Mas, como seria de se prever, mesmo assim os roubos prosseguiam. E para simplificar na Inglaterra foi determinado que seria bem mais prático enforcar em praça pública os batedores de carteiras e ladrões de bolsas. TODOS QUE FOSSEM PEGOS.

Isto tudo dentro da lógica do “já que pequenos castigos físicos não adiantam não nos resta alternativa a não ser tirar os bandidos definitivamente da terra”.

Não há dúvida que esta escalada das punições ao roubo de carteiras foi plenamente – democraticamente – apoiado pela população. Que não agüentava mais tantos roubos nas feiras.

Só que as execuções na forca dos ladrões eram feitas em praça pública a que acorriam todos os cidadãos entusiasmados com a possibilidade de verem os bandidos pendurados pelo pescoço até morrerem.

Mas, a estas execuções não acorriam somente os bons cidadãos. Para lá também iam os ladrões vivos que em meio à multidão tratavam de roubar tantas bolsas quanto pudessem enquanto os seus colegas estrebuchavam na forca.

Era preciso achar outra solução e a solução achada foi nas prisões onde os criminosos deveriam aprender alguma profissão que os pudesse inserir na nova sociedade industrial e tirá-los nas ruas.

A decisão de investir nestas prisões foi aceita pois havia necessidade de nova mão de obra para as novas fábricas.

Mas, pense bem no que ocorre nas ruas do Brasil, e nas prisões do Brasil e nos tribunais do Brasil hoje: você acha que os investimentos dos impostos em cadeias têm ajudado a reduzir os crimes? Tem havido redução no número de novos criminosos?

Os crimes de todos os gêneros têm diminuído ao longo dos anos?

Um ladrão depois de cumprir qualquer pena nas prisões tem quê percentual de “cura” de seus desígnios criminosos?

O índice não passa de 10%. 10% que custam 100% das verbas dedicadas a todo o sistema prisional que se tivesse sido aplicada em investimentos em educação com toda a certeza tirariam do crime 90 % dos criminosos condenados.

Escrever sobre isto é como andar descalço sobre o fio de uma navalha.

O risco maior está em atribuir todos os malefícios humanos à falta de uma boa educação. E como a tarefa de educar os cidadãos cabe constitucionalmente ao estado se pode deduzir que cabe a todo o estado – a todos os cidadãos que o constituem – as culpas pela existência dos criminosos...

E como decorrência deste fato não deveriam existir criminosos que tenham recebido boa educação... Uma tremenda bobagem, pois é da cabeça destes que saem os crimes mais sofisticados do que bater carteiras uma a uma. Das cabeças destes saem os planos e a execução de como bater milhões de carteiras de uma só vez.

Portanto pelo recurso do raciocínio pelo absurdo se torna claro que é preciso pensar muito sobre o crime e o castigo no nosso tempo.


Uma contravenção que deixou de ter implicações negativas para os contraventores é a referente às vestimentas: No início do século XX as vestimentas femininas tinham a aparência semelhante às usadas nos três últimos séculos.

Em meados do século, nos anos 20, as vestimentas femininas passaram a ser radicalmente diferentes, modernas, com o corpo sendo exibido sob os tecidos diáfanos.

Se – como num filme de Woody Allen as moças de 1920 aparecessem em 1900 com os seus vestidos seriam presas por atentado ao pudor.

No início do século XXI a vestimenta feminina teve mudanças intensas, mas a moça de hoje poderia ser reconhecida como alguém socialmente aceita e festejada.

Claro que ela poderia ser detida se aparecesse assim nos anos 50 do século anterior.

O que mudou no mundo entre estes momentos tão rápidos? Eu, você,meus pais, seus pais ,meus avós e seus avós todos vivemos os momentos que proporcionaram estas mudanças no mundo, as acompanhamos, as seguimos. Dedicamos muito de nosso tempo para comentarmos as mudanças da moda, pois nada era e é mais visível.

Mas, se pensarmos bem , as mudanças da moda são apenas as conseqüências visíveis de mudanças muito mais importantes e muito mais profundas na maneira de pensar e de atuar de todas as pessoas.

A mudança radical no modo de se vestir decorreu de um processo produzido pela convergência de mudanças muito importantes em várias áreas:

1. Na política.
2. Na ideologia
3. Na educação
4. Nos costumes sexuais
5. Na religião
6. No entendimento das religiões
7. Nos meios de transporte
8. Na comunicação pessoal
9. Na ética e na estética
10. No trabalho e na energia usada e consumida no trabalho.
11. Nas convicções pessoais mais profundas de cada pessoa.

Como explicar que tudo isto tenha acontecido apenas durante os 100 últimos anos quando nos 3 ou 4 mil anos anteriores as mudanças foram feitas tão devagar?

Como adaptar as capacidades dos seres humanos a este incessante e cada vez mais acelerado processo de mudanças tão grandes?

AGUARDE OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

A emoção correta diante de alguém que acredita no que faz e no que prega



Frei Clemente

Nós todos que nos dedicamos a entender o mundo somos obrigatoriamente céticos.

Já vimos muita coisa, já atrelamos o nosso carro e muitas locomotivas que saíram dos trilhos, já nos decepcionamos com pessoas, com países, com ideologias, com gente que acreditava muito em suas verdades, e a cada constatação, pública ou privada, vamos nos aprimorando na arte de duvidar a priori de todos os que anunciam verdades.

Durante várias décadas convivi com um padre, frei Clemente do Rio de Janeiro, na missa dominical no mosteiro das Clarissas, na Gávea.

Muito mais do que um padre cumprindo a sua missão de rezar missas frei Clemente era um sábio cuidando de conversar ao longo da missa com os seus fiéis admiradores. E ele falava sobre tudo o que realmente importa na vida das pessoas, nas suas alegrias e medos, na busca cada vez mais difícil da harmonização do homem com Deus.

Frei Clemente as vésperas de seus 77 anos morreu e ontem o seu mais próximo “aluno” rezou a missa de Sétimo dia na mesma igrejinha da Gávea. Não para os seus fiéis seguidores, mas para uma multidão de amigos conquistados por ele ao longo de 50 anos de sacerdócio.

Missas de sétimo dia são geralmente previsíveis da primeira a ‘ultima fala.

Nesta, porém o padre, frei Jonathan de 28 anos, superou todas as expectativas e compartilhou com os assistentes a importância de sua fé, com a certeza de que seria entendido por todos.

E que todos que estiveram lá de lá saíram melhores do que quando lá chegaram.

Compartilhou a sua fé jovem com centenas de pessoas cujas idades estavam mais próximas do Frei Clemente do que a dele.

Num momento de grandes cismas em torno da religião, de tantas incertezas histórica quanto as origens da fé e da justeza de sua propagação ‘e confortante ter a certeza de que alguém crê em verdades sempre vistas com ceticismo pelas pessoas que dedicam mais horas de seu tempo a pensar sobre estas coisas.

Vale a pena aguardar pelos próximos capítulos desta saga iniciada por este jovem franciscano...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O segredo maior que garantiu (?) tanto poder ao Paloci




Demétrio Magnoli levantou hoje em seu artigo do Globo uma ponta do mistério sobre o poder do Paloci em nossa história


Ao longo da história do Brasil que foi ocorrendo ao longo da minha vida me deparei com uns poucos mistérios a que eu deveria dar mais atenção.

Entre eles o misterioso suicídio de Getúlio Vargas, ele vestido de pijama, deitado numa cama do Catete, usando um revolver calibre 32 para dar um tiro no peito.

Um tiro no peito com um revólver menos potente requer um posicionamento cirúrgico. Se a bala acertar uma costela irá desviar-se do coração e não se conhece suicídios com 2 tiros...

Outro mistério é a renúncia do Jânio, e a citação das forças ocultas que em sua carta de renúncia ele diz terem sido a causa de seu gesto.

Se ele não quis, ou não pode identificar o que estas forças tinham de tão poderosas para levá-lo a abdicar da eleição mais ampla já vista no país ainda não coube a ninguém identificá-las.

Outro mistério que ainda me espanta foi a carta aos brasileiros escrita pelo Lula, antes de sua primeira eleição para a presidência da República.

O Brasil, o famoso mercado, as pessoas pensantes não integradas numa esquerda genérica todos temiam as conseqüências da eleição de um petista raivoso que representava todo o ranço do passado coberto de derrotas do esquerdismo no mundo inteiro.

O governo de Fernando Henrique Cardoso começou a ser derrubado não pelo petista eleito, mas pelo medo do que iria acontecer com a eleição de Lula.

Surge então uma carta aos brasileiros que como um passe de mágica exorciza todos os demônios da subida do Lula ao poder.

A carta desmentia o discurso do PT. Desmontava e assinava embaixo que tudo seguiria da melhor maneira para a economia e para os negócios no melhor dos mundos.

Aquela carta teve o dom de carrear para o Lula e para o PT os recursos que asseguraram a sua eleição.

Embora intrigado pela carta aos brasileiros nunca fui atrás de sua origem. A atribuia a um esforço de marketing, inspirado pelos assessores, por suas vez assessorados ou
instruídos por gente muito mais importante.

Hoje, 9 de junho, no artigo de Demétrio Magnoli no Globo, sobre a nova defenestração do Paloci, li pela primeira vez uma informação preciosa: a carta aos brasileiros foi escrita em Ribeirão Preto pelo Lula e mais três pessoas.

Uma delas era o prefeito de lá , o Antonio Paloci.

Não sei, nem o Demétrio disse quem eram estas outras pessoas, mas sob qualquer ponto de vista esta simples assessoria valeu 8 anos de Lula e mais quatro agora de governo de Dilma prenunciando mais uns tantos anos de governo nas mãos do PT.

Como trabalho de um assessor esta carta vale bem mais do que qualquer aconselhamento de quem quer que seja para alguma entidade.

Esta carta passou a ser para mim a força oculta do prefeito do PT que o manteve firme, forte e confiante ao longo destes anos.

E dos próximos...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A prova dos 9 que deixou de ser feita pelo Srauss Kahn



A cara do Strauss Kahn quando dizia para os agentes policiais que o prendiam o equivalente ao "Veja Bem!!!

A versão da arrumadeira do hotel é que ao entrar no apartamento do Strauss-Kahn , depois de bater na porta, ele sai do banheiro nu e se jogöu sobre ela com o peso dos seus 62 anos, com o seu currículo e com o seu cargo de diretor executivo do FMI e a estuprou sobre o tapete.

Este tipo de gesto já foi visto como um privilégio da nobreza, substituída pelo privilégio da nomenklatura, e era visto pela imprensa e pelos jornalistas como um "pecadilho" que não mereceria ser abordado em qualquer órgão de imprensa.

Como aparentemente este tipo de "pecadilho" já aconteceu diversas vezes com o próprio Strauss-Kahn a coisa agora se tornou mais séria, pois ocorreu nos EUA.

Ele tinha a sua fama de galinha, mais de galo na verdade do que de galinha, e as mulheres que fossem ter como ele (como dizem em Portugal) tratassem de correr do terreiro pois, se ficassem sozinhas teriam de consorciar-se com o sátiro da economia.

O Strauss-Kahn deixou de ser diretor executivo do FMI e mudou o seu endereço para uma prisão americana onde vai perder as calças se quiser sair de lá antes dos muitos anos de prisão que estes "pecadilhos" geram para quem os cometa nos EUA e pricipalmente para quem ousa cometê-los nestes novos tempos.

Ora, se a pessoa pode ser presa por ter acendido um cigarro onde não é permitido, imagina como a pena se torna mais pesada para quem ousa atacar jovens em quartos de hotel..

Quem faz estas coisas ira sofrer as mesmas penas, doravante.

O Strauss-Kahn deixou de fazer a primeira checagem a prova de bala que a matematica nos ensina. A incrivel prova dos 9.

A prova dos 9 foi para mim na infancia quase como um prova da existencia de Deus.

Fazia as contas e em seguida a prova dos 9. Se a conta estivesse errada a prova dos 9 dizia na hora!!!

Caramba! Como pode uma coisa tão simples como subtrair os 9 de todos os numeros garantir que a conta estava certa? Mas, provava e prova, só que há muitos anos nao recorro à prova dos 9...

Nem o Strauss-Kahn. , Ou melhor, deve ter feito o equivalente dela na correria para o seu assento na primeira classe do avião para Paris... mas, ja era tarde demais.

Vira piada, deixa de poder concorrer com grandes chances de vencer ao lugar do Sarcozy.

Por mais que o considere um bom biltre, fico com muita pena e me lembro da historia do lagarto que ao cuidar de seu rabo ao atravessar um estrada foi atropelado por um carro que lhe esmigalhou a cabeca.

Acho que o Strauss-Kahn vai pensar muito nesta piada enquanto estiver na cadeia americana...

quinta-feira, 12 de maio de 2011

A caixa de ferramentas para escrever novelas...

Há muitos anos quando me deparava com uma dificuldade minha ou de alguém para escrever textos criativos citava as 36 situações dramáticas.

Na verdade nunca as havia lido, mas sabia de sua existência.

Agora no blog Professor Texto as encontrei e fiquei ao mesmo tempo feliz e um tanto frustrado, pois em muitos casos a dramaticidade das situações me pareceram menos dramáticas do que esperava.

Portanto é capaz das 36 situações do Polti, reconhecidas por Goethe como muito bem definidas, serem menos do que 36.

Para ter acesso às situações acesse ao link;


http://professortexto.blogspot.com/2011/05/as-36-situacoes-dramaticas-de-polti.html

terça-feira, 3 de maio de 2011

O ENIGMA DO BIN LADEN. Será que eu vou ser o único a sugerir estas ideias?



Acima está a "Enigma", a codificadora de mensagens usada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar dos aliados terem capturado uma "Enigma" intacta não demonstraram saber os segredos nazistas e deixaram a cidade de Coventry ser destruída para não revelar sua capacidade de espionar as forças inimigas.



Antes de mais nada eu me pergunto o que eu tenho com isto? Depois, pergunto a mim mesmo se quem ler este texto terá alguma vantagem se o ler.

E ainda se por acaso não corro o risco de ser identificado como o cidadão do conto de Andersen que ousou dizer que o rei estava nu, e talvez vir a ser penalizado por este gesto "politicamente incorreto".

Pensei em deletar todo este longo texto, mas não consegui resistir uma noite. E aqui vai ele:


Hoje não há publicação do mundo que não tenha dedicado páginas e mais páginas a esta história.

Tenho lido, ouvido e visto opiniões de gente muito mais habilitada do que eu, abordando esta história toda em detalhes.

Só que até agora ( dia 4 de maio ) pelo menos, não encontrei um "porta voz" para exprimir minhas observações sobre isto tudo.

O "Almanaque do Pio" me tem como editor e como ele não me proíbe escrever sobre o tema que escolho aqui vão as minhas "bombas" como dizia o Ibrahim, oriundo, aliás, daquela região.

A foto que usei na abertura é a de uma máquina que vi ao vivo num museu da comunicação em Frankfurt. O nome dela era "Enigma", um equipamento inventado pelos cientistas alemães para os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

A "Enigma" era uma espécie de máquina de escrever sem componentes eletrônicos, nem acesso a informática, que permitia naqueles tempos antigos os chefes militares nazistas enviarem telegramas e ordens para as sua unidades via rádio sem que os ingleses pudessem decifrar os códigos em que foram escritas.

Os nazistas mandavam bombardear, mandavam recuar, combinavam as táticas de cada ação e os ingleses podiam captar tudo isto no rádio, mas não entendiam uma palavra sequer.

Até que num dia um submarino alemão capturado inteiro e que para todos os fins parecia ter sido afundado possibilitou aos ingleses acesso a uma "Enigma" inteirinha que deu acesso imediato a TODOS OS SEGREDOS e mensagens dos nazistas às suas forças.

Que bom não foi ?

Não, não foi tão bom assim.

No momento em que os nazistas percebessem que as suas operações secretas estavam sendo desmanchadas pelos ingleses que pareciam adivinhar o que iria acontecer as "Enigmas" seriam abandonadas e de nada iria adiantar ter a maquininha vomitando os segredos dos alemães.

Mas, dependendo do segredo, valia a pena tomar um bombardeio e fazer os nazistas pensarem que os seus segredos estavam bem guardados do que tornar evidente que sabiam de tudo.

Chega-se a um momento crucial. Enquanto se podia mandar mais aviões para patrulhar os céus de Londres diante de mais um bombardeio noturno, com mais aviões, e isto ser atribuído à sorte inglesa, sem que esta sorte fosse relacionada a um acesso à "Enigma" houve a captura de uma ordem muito mais séria:

A aviação nazista iria atacar Coventry, uma cidade industrial, longe de Londres e que além das indústrias tinha também uma grande população civil.

Pela decifração do que iria ocorrer lá o que você, no papel de Churchill faria?


1. Evacuar a população e enfiá-la em abrigos?
2. Deslocar os esquadrões de caça mais craques para surpreender os aviões nazistas e acabarem com eles?
3. Fingir que não sabia de nada e deixar a cidade virar pó debaixo do bombardeio previsto?


Nas duas primeiras hipóteses ficaria claro que a "Enigma" tinha sido decifrada.
Na terceira hipótese a quantidade de mortos e a grande destruição em Coventry comprovariam que os segredos transmitidos pela "Enigma" continuavam bem guardados.

Coventry foi destruída.

No dia 14 de novembro de 1940 mais de 4 000 prédios - inclusive a Catedral da cidade - e 600 pessoas pela contagem oficial foram pulverizados pelos bombardeios.

Depois da Guerra vários autores disseram que pela "Enigma" os ingleses souberam antes da realização do bombardeio e nada fizeram para reduzir a destruição da cidade. Houve quem dissesse que parecia que o alvo seria Londres, ou poderia ter parecido.

O que o autor deste Almanaque extrai deste acontecimento histórico:

Nem sempre - ou quase nunca - os interesses militares são os mesmos interesses civis,. ou humanos, diante de situações limite.

Imagine você viver a situação do Churchill diante da mensagem da "Enigma" e ter de decidir se avisa ao povo ou deixa eles se virarem como iriam ter de se virar em abrigos anti-aéreos quando a aproximação dos aviões fosse detectada?

A história nos garante que ele deixou a turma se virar e 600 habitantes morreram.

MUDAM OS CENÁRIOS, O CHURCHILL MORREU, O PAÍS QUE SERÁ ALVO DE UM BOMBARDEIO É AGORA O ESTADOS UNIDOS E A NOVA HISTÓRIA É BEM DIFERENTE, MAS EU ACHO QUE É MUITO PARECIDA COM A DE COVENTRY.


Vamos dar um passeio pela história do século 20:

No dia 22 de dezembro de 1988 um Jumbo da Panam explodiu sobre Lockerbie, na Escócia, num atentado terrorista ordenado pelo Kadafi, já um renomado malfeitor internacional nesta ocasião. E claro que como todo malfeitor ele alegou ter motivos para fazer aquilo e muito mais.

A explosão do avião deflagou um surto de varredura de TODAS as comunicações em TODAS as línguas do mundo para que a CIA , e suas "primas" como dizia o James Bond, não fossem surpreendidas por terroristas.

O sistema conseguia identificar nas mensagens telegráficas, por FAX, pelo telefone, a curta distância e em longa distância palavras que faziam prever conversações com más intenções de quem falava.

Desde o óbvio como bomba, explosão, derrubada de aviões, às coisas mais sutis com combinação de palavras, sintaxes, e muito mais que nem eu nem você podemos imaginar.

Uma versão deste sistema, batizada de "Carnivore" foi oferecida estranhamente por agências de monitoração comercial para empresas interessadas em acompanharem o mercado e a concorrência. Uma mineradora pode acompanhar todas as comunicações em que apareçam, palavras relacionadas à exploração de jazidas em qualquer parte do mundo.

Por exemplo, a palavra urânio é registrada e a mineradora que usa o "Carnivore" sabe que num país da África tem alguém pensando em urânio, algo que poderá ser mais esclarecido ou deixado de lado. Mas, quem pagou pelo "Carnivore" sabe que ali pode ter uma dica.

Ora, se para empresas este sistema (que também considera TODAS as línguas do mundo) existe imagine para os órgãos de segurança do país que o inventou e detem toda a tecnologia para faz^-lo funcionar?

Por ter sabido destas coisas sem ser mais esperto do que ninguém, mas lembrar de fatos que mais gente possa ter deixado de lado, é que eu fiquei perplexo no dia 11 de setembro de 2001 quando os pilotos sauditas, agindo separadamente, jogaram dois aviões nas "Torres Gêmeas" , um no Pentágono e outro que foi derrubado pelos passageiros na Virgínia.

Se uma mineradora pode saber que alguém está falando de urânio em Tonga como é que estes caras combinaram este festival de seqüestros de aviões nos Estados Unidos sem que ninguém soubesse de nada para detê-los?

Pensei sobre isto logo na primeira hora após as quedas dos aviões e fiquei aguardando as notícias sobre a interceptação das conversas dos sauditas.

Mas, a coisa se tornou ainda mais estranha quando nos dias seguintes foi divulgado que os pilotos sauditas aprenderam a pilotar os boeings na Florida, durante três ou quatro anos.

Quer dizer que durante o tempo em que permaneceram nos Estados Unidos os caras não teriam se falado pelo telefone, não usaram a Internet e já sabiam tudo o que fariam há anos sem necessitar de conversar entre si nem com qualquer outra pessoa na Terra?

Surgem bem depois novas informações que pelo menos duas agências de informações norte-americanas haviam detectado conversações dos sauditas, mas que não teriam trocado informações entre elas sob a alegação de ciumeiras operacionais.

Estão sentindo o cheiro da "Enigma"?

Não podemos chegar nem perto da porta da CIA, apenas pensar livremente sobre aqueles fatos e sobre os fatos que se seguiram para ousarmos chegar a novas conclusões.

Nada melhor do que usar o "faz de conta" que Monteiro Lobato criou no Sítio do Pica Pau Amarelo.

Vamos lá:

1. Faz de conta que a inteligência americana descobriu os sauditas quando começaram a aprender a pilotar boeings comerciais na Florida.
2. Faz de conta que a inteligência sabia que eles estavam armando alguma coisa, tipo Coventry, para ser bem sintético.
3. Faz de conta que sabia que o que iriam fazer iria provocar uma reação muito grande do povo americano contra inimigos externos.
4. Faz de conta que devido aos movimentos cada vez mais barulhentos em favor da paz e das desastrosas ações militares dos EUA (no Vietnam, por exemplo) não se estivesse investindo o suficiente para que o país pudesse não só parecer, mas ser de fato a malaio potência militar da terra.
5. Faz de conta que os analistas imaginaram que uma "Coventrizinha" justificaria orçamentos de bilhões de dólares para atacar os inimigos em sua área.
6. Faz de conta que os estrategistas mais estratégicos soubessem que estas área detinham imensas reservas de petróleo e que ao atuar lá militarmente o país estaria mais seguro quanto à energia de que dependia a sua vida.
7. Faz de conta agora que os sauditas fizeram exatamente o que planejaram, mas que tal como nas máquinas de jogos, tiveram como prêmio extra a derrubada total dos edifícios.
8. Faz de conta que ao acertar o topo de um edifício com um avião que até atravessa o andar visado provoca um incêndio ele afrouxa toda a sua estrutura e faz o prédio ruir na vertical matando mais de 2000 pessoas.
9. Agora já sem faz de conta, a ação militar contra quem inspirou aquilo se torna obrigatória.



Resultado prético: os EUA dos Bushes se tornou os EUA do Barack Obama firmemente instalado agora numa região onde o país mais poderoso do mundo não tinha qualquer presença militar.

VAMOS AGORA ATRÁS DO BIN LADEN

Notícia real facilmente comprovável por qualquer um que queira ir atrás no Google ou em fontes que considere confiáveis:

As imagens coletadas por um satélite espião permitem que um analista identifique você ou eu numa praça pública lendo um jornal. O jornal que você estiver lendo na praça será também lido na imagem captada pelo satélite.

Bobagem, você poderá dizer, é para isto mesmo que existem satélites espiões.

Então me responda:se dá para ler um jornal dá para muito mais, não dá?

Se você quer achar o Bin Laden você o acha, onde ele estiver.

Acha seus melhores amigos, acha os amigos destes amigos, acha os seus admiradores, os seus inimigos, acha quem você queira ESPECIALMENTE SE FIZER DESTA PROCURA A SUA PRINCIPAL MISSÃO.

Vamos voltar ao "faz de conta":

1. Faz de conta que estrategicamente é mais do que necessário que a existência e presença do Bin Laden justifique o que precise ser justificado nos EUA, diante do Congresso, da Opinião Pública, da Imprensa, para rearmar o país.
2. Faz de conta agora que o que o Bin Laden agora em 2011 já tenha dado o que tinha para dar.
3, Faz de conta que um cara que já "se escondia" há 5 anos numa casa tão sutil quanto um bunker encravado nas areias de Copacabana podia muito bem imaginar que estava sempre vivendo por um fio.
4. Faz de conta que o fio se partiu e seria preciso mandá-lo para o raio que o parta.
5. Faz de conta que se simplesmente desse uma de Coventry e pulverizasse a casa não haveria certeza de nada. Seria apenas mais uma casa destruída dentro da qual a mesma inteligência que anunciou armas de destruição de massa no Iraque dissesse que quem morava ali era o Bin Laden.

6. Agora já sem "faz de conta" coloca os seals nos helicópteros, baixa no telhado da casa, entra nela e mata todos que se oponham ao fuzilamento do Bin Laden.
7. Captura o cadáver e o leva para um porta aviões, onde seguindo os preceitos islâmicos, o morto tem o corpo preparado e é lançado ao mar, sem sepultura, e sem seguidores em torno.
VAMOS
AGORA PARA MAIS UM DIAS ADIANTE


Não há cena na casa onde estava "escondido" o Bin Laden que não tenha sido filmada, gravada.
Não há cena no porta aviões que não tenha sido registrada.

Quando vamos assisti-las ?

QUANDO ESTRATEGICAMENTE isto for mais adequado para o máximo proveito desta nova operação "Enigma".

Quer ver?

quarta-feira, 2 de março de 2011

Os males e as vantagens do Google para quem escreve




Eintein disse um dia que a imaginação era mais importante do que o conhecimento.



Até há algum tempo o texto não relacionado à vida acadêmica podia conter imprecisões diversas sem que isto o tornasse uma completa bobagem.

Esta imprecisão endêmica era perfeitamente visível nas cartas de leitores aos jornais.

A pessoa se dispunha a opinar sobre alguma notícia e "compreensívelmente" errava nas suas citações , pois todos sabiam que aquele leitor não era um jornalista.

Portanto podia deixar de lado estes cuidados com a precisão.

Todos imaginavam que os jornalistas contam sempre com os departamentos de pesquisa dos jornais, de arquivos imensos onde vivem todas as informações do mundo.

Com o Google - também com os outros mecanismos de busca - isto mudou.

Se um leitor de jornal se deixa levar pela retórica do bebedor de chopp no botequim, quando acusa uma pessoa por ter feito ou deixado de fazer alguma coisa em tal data tem chance de errar de ponta a ponta e caracterizar-se como um idiota verboso.

E ainda há uma quantidade imensa destes idiotas verbosos que independem de sua capacidade de conviver com as verdades registradas. E combate nos seus escritos "as verdades" que na sua imaginação - ou ideologia - constituem-se, estas sim, em inverdades indiscutíveis.

Tal como achar (mais ainda ter certeza e fé) que o Fidel e seu irmão são benfeitores da humanidade, em Cuba, como Kadaphi se acha ainda hoje o benfeitor do povo na Líbia,que estaria disposto a morrer por ele.

Ora, o Google pode até permitir e endossar bobagens muito repetidas a ponto de parecerem verdades, mas o pesquisador esperto - que souber usar as facilidades que tem ao alcance de seus dedos - vai encontrar a verdade por baixo das informações incoerentes sobre o que estiver buscando.

Falo isto porque me senti meio vigarista hoje quando me dei conta de que muito do que tenho escrito nestes últimos tempos tem sido depurado em pesquisas no Google.

Uma informação que somente em poucos momentos reconheci nos meus textos.

Poderia estar me fazendo de muito culto, de muito bem informado, e o pior , de pessoa completamente competente no tema abordado, sem margens para erro, pois o meu texto dizia tudo o que precisava ser dito sobre o tema.

Daí a minha dúvida explicitada no título acima.

Qualquer pessoa alfabetizada , e quanto mais alfabetizada melhor (em inglês, francês, italiano, alemão, italiano, grego, russo, japonês, javanês, escolha você qualquer língua) será capaz de se tornar numa fonte de sabedoria que nunca na história deste planeta alguém poderia imaginar que pudesse existir.

E parecer que ficou assin por favorecimento divino. Ou por ter recebido este dom de conhecimento universal nas boas escolas que frequentou , na sua magnífica família, nas empresas ou örganizações em que trabalhou, e assim por diante.

Na verdade, se você tiver de escrever sobre qualquer tema, em qualquer língua que você conheça regularmente, só não será capaz de fazer isto se não tiver disposição para fazê-lo.

Este é o lado mau do ponto de vista ético do acesso total às fontes que permitirão você escrever sobre o que quiser. Pois o seu texto estará à prova de quaisquer críticas referentes à precisão dos dados.

Ora, qual seria então o mérito de poder escrever, ou de escrever, qualquer texto?

Faça um teste com você mesmo.

Imagine um tema de que você não entenda nada e escreva um artigo sobre ele.

Coisa secreta, só para você ler.

Pode ter a certeza de que ao fim de seu trabalho você estará se sentindo capaz de escrever sobre qualquer coisa.

E no entanto, e aqui vou expor o lado das vantagens do Google, você não será capaz de escrever coisa alguma que valha a pena de ser lido.

Há umas boas décadas ouvi numa conferência sobre marketing nos EUA que a escala desejável de preparação de um profissional - na era pré-Internet - passava por quatro estágios ou quatro passos:

1. A coleta de dados
2. A transformação dos dados em informação
3. A transformação da informação em conhecimentoa
4. A evolucao da connhecimento em sabedoria para a resolução de problemas.

As pesquisas feitas com o suporte do Google e de todas as ferramentas de busca são uma fonte inesgotável e constantemente renovadas de dados, e de informações.

Mas requerem a inteligência pessoal para evoluir daí para a sabedoria.

Desde a bobagem do super computador nos EUA perder para dois humanos ao responder perguntas do tipo o que é tal coisa por que não conseguiu deduzir se Paris Hilton era uma mulher ou um hotel.

A síndrome do Paris Hilton hotel ou da Paris Hilton devassa não é ainda percebido nos mecanismos de busca por mais sofisticados que sejam, como por exemplo no computador preparado para superar os humanos espertos.

Portanto o veredito do Pio é francamente favorável às pesquisas que apoiam textos, mesmo quando o autor não dá crédito às pesquisas no Google para apoiar o que esteja dizendo.

Numa explicação simplista: ninguém diz que está escrevendo algo em português por saber português, pois isto é o óbvio ululante. É a premissa não explicitada pois a sua própria existência é auto explicativa.

Num texto em que você leia algo e deseje saber mais sobre qualquer coisa que ali está sendo dita em alguma de suas partes, de seus parágrafos, a coisa mais simples a fazer é selecionar as palavras, copiar as palavras, ou as frases, colar o texto todo no Google e esperar os microsegundos enquanto o texto suspeito apareça (ou não) em seu contexto original.

Hoje mesmo, 2 de março de 2011, um ministro alemão valorizadíssimo pela Angela Merkel, pediu demissão do seu cargo ao ter o seu doutorado, já antigo, cassado pela universidade onde o adquiriu quando alguém , fazendo este tipo de pesquisa, descobriu que ele chupou a sua tese de fontes não mencionadas.

Só por este tipo de cassação o Google já mereceria um lugar de destaque ä direita de Deus pai todo poderoso...

A grande virtude de quem se empenhe em escrever algo que tenha sentido é o uso de sua capacidade de gerar e usar sabedoria ao galgar os degraus na sua escala de conhecimentos..

Será que alguém já disse isto?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Melanie Philips, a voz racional sobre este imenso desafio do Oriente Médio: judeus têm direito de viverem em Israel?





Os não judeus, e ainda os não muito preocupados com as políticas relacionadas à humanidade como um todo, assim como os mais cínicos, os menos informados todos, de um modo ou de outro, acabam por se depararem com o problema de Judeus e Palestinos.

Seja pelas razões mais simples , como temerem fazer turismo na área, com receio de atentados, seja por motivos mais fortes e mais diretos como quando conversam com amigos judeus sobre o tema.

Não é possível que posto diante deste problema alguém possa ficar indiferente.

Uma intelectual inglêsa, Melanie Philips, deu uma entrevista de 6 minutos e que está disponível no You Tube ( http://www.youtube.com/watch?v=_4dksiRW-Yg&feature=youtube_gdata_player ) que me levou a compartilhar com os amigos do Almanaque umas poucas observações sobre este tema.

Não é possível esgotar o tema, mesmo nos blogões que escrevo. Garanto porém que você vai sentir-se melhor depois de ler, e depois de pensar no que leu aqui.

Em primeiro lugar, vou ao ponto principal deste debate todo: teriam os judeus direito de imigrar para a Palestina e tomarem uma terra de onde foram expulsos por volta do ano 60 d.C.?

Mais ainda, porque a ONU "inventou" esta história depois da Segunda Guerra Mundial logo em seguida ao holocausto promovido pelos nazistas?

Ora, se era mesmo preciso reunir os judeus em algum lugar. porque não consideraram outras partes da Terra?


Você poderá concluir se se despir de todos os preconceitos - que este não é apenas um problema no Oriente Médio entre judeus e palestinos.

É a própria grande confrontação entre o que é certo com o que é errado, diante de você.

Por trás desta história está a essência da verdade, a definição do que seja justiça e a necessidade de não ignorarmos problemas esperando que estes problemas sejam resolvidos pelos outros, nos deixando viver com mais tranquilidade.

Judeus são um povo muito peculiar. Muita gente gosta deles, muitas outras pessoas os detestam. Mas o que os judeus fazem ou deixam de fazer é o que lhes permitiu continuarem sendo judeus há tantos milênios.

Os judeus mais antigos viveram num canto do Mediterrâneo que tornou-se no berço de pelo menos três civilizações, numa terra de filófosos ( que influenciam o que você pensa e faz hoje) e ainda mais profundamente numa privilegiada "base de operações" no relacionamento dos homens com Deus.

Seja Deus o que os homens da região achavam que Deus era ou deveria ser , seja por que Deus mesmo, decidiu dar uma atenção mais detalhada às pessoas daquele pedaço da Terra.

Deu certo este início de relacionamento, mas, gerou grande parte dos problemas passados, presentes e futuros da humanidade. E também a solução destes problemas.

Mesmo quando as pessoas hoje não se declarem ligados a nenhuma igreja é incrível que durante algum momento de seus dias, de todos os seus dias,fazerem uma oração quase despercebida sempre que algo de positivo ocorre em suas vidas.

Trata-se do "Graças a Deus!" Graças são o reconhecimento dos devotos à atenção que Deus, por sua própria disposição ou como resposta às preces dos devotos, optou por conceder-lhes.

O que aconteceu de bom não é nunca atribuído pelas pessoas ao acaso. Em ato reflexo, esta vantagem obtida, desde um bom lugar no cinema, à classificação em um concurso público é atribuída a Deus a quem o favorecido imediatamente agradece.

Os mais devotos, ao ouvirem um "Graças a Deus!" respondem automaticamente "Amem!, completando uma oração.

Este Deus a que todos dão graças, ou a que pedem socorro quando se vêem ameaçados (Que Deus me ajude! Pelo amor de Deus! e outras expressões semelhantes) não é outro senão o mesmo que repassou a Moisés os seus 10 mandamentos.

Não foram mandamentos simplemente repassados para Moisés; foram mandamentos que através de Moisés foram integrados à forma de organizar as sociedades de todos os homens e mulheres, harmonizando os seus interesses acima e além de todas as Leis dos homens. Pois nenhuma lei escapa de ter sido pautada nos preceitos expostos nos
10 mandamentos.

Mas, indo além de forma a comprovar a sua força, as Leis do Deus de Moisés e de Israel não requerem um fiscal ou um policial para serem obedecidas: elas têm na mente de cada cidadão do mundo o mais rigoroso guardião de seus prícípios...

Uma pessoa que ocultamente deixe de cumprir algum mandamento, quando tem a sua infidelidade descoberta, recebe a desaprovação imediata de todos.

Contra ele (ou ela) não são alinhados artigos de Códigos Penais, ou de qualquer código humano.

A desaprovação decorre da certeza de que se trata de alguém desalmado.

Um conceito que não aparece em códigos legais. Almas não fazem parte de qualquer preceito legal. Mas estão no âmago dos preceitos religiosos trazidos ao mundo justamente pelo Deus de Israel.

Há poucos dias, em outro blog, (Tabus Nunca Mais), propus um reexame das bases da mitologia grega e de seu sucesso disfarçado nos dias de hoje.

Os deuses gregos - naquelas observações - têm os seus mesmos antigos poderes evidenciados de forma disfarçada no dia-a-dia de todos nós, em especial em lugares como os shoppings centers, a mais sábia formatação de seus templos em qualquer momento da história.

Mas, depois de ter assisitido ontem a entrevista de Melanie Philips, enviada pelo Ike Zarmati, decidi deixar de lado a divertida avaliação dos deuses reconhecidos pelos povos nas margens do Mediterrâneo e tocar nesta questão de vida ou morte para tanta gente, e talvez para nós aqui tão longe do Oriente Médio.

A questão é se os judeus e todos os povos mediterrânicos que o consideram como também seu Deus terão qualquer privilégio imerecido em sua luta pela manutenção do estado de Israel, agora.

À pergunta inicial deste texto adianto a minha resposta: os judeus têm direito de voltar às terras de Israel e

E conquistaram este direito não depois da segunda guerra mundial,como pode parecer a muitas pessoas, mas em todos os dias, e todos os séculos desde que foram expulsos de lá.


Judeus, como todos que negociam com judeus sabem, são pessoas insistentes, radicais na defesa de suas idéias.

Judeus numa discussão sabem ser cansativos para o adversário. A dúvida socrática, de responder a uma pegunta com outra pergunta, se não foi um artifício inventado pelos judeus foi por eles levado à perfeição.

- Você é ou não culpado deste crime?

- O que você considera culpa? E o que para você é um crime?


Isto feito para valer, sem piscar os olhos, e mantido com precisão a cada nova frase pode levar o adversário à loucura ou induzi-lo a eliminar fisicamente o seu torturador pela lógica.

Esta insistência vem do mesmo poço de onde os pensadores judeus beberam todos os dias a inspiração para levá-los de volta à sua terra original.

Se você tem uma fazenda e é expulso de lá, vai tentar por todos os meios e modos voltar a ela. Durante um ano, dois anos, uma década, cinco décadas. Talvez transmita o mesmo empenho a seus filhos e os seus filhos poderão tentar transmitir a mesma intenção a seus filhos e netos.

Os judeus ficaram fazendo este apelo a todos os seus descendentes por quase 2 000 anos.

Para a imensa maioria das pessoas do mundo esta "ocupação" das terras de Israel foi justificada, depois da Segunda Guerra Mundial, para abrigar um povo cujos descendentes foram liquidados da forma abjeta pelos nazistas em fornos crematórios de campos de concentração em diversos locais da Europa.

Parecia uma solução bem urdida sob medida para um problema recente.

Um fato público, notório e intensamente divulgado com fotografias, filmes e depoimentos emocionantes tornou indiscutível que o retorno a Israel era mesmo necessário. Se este retorno tivesse ocorrido nos anos 30 do século XX teriam sido talvez poupadas 6 milhões de vidas e o mundo seria melhor.

O novo Israel, de 1947 até agora, tem enfrentado uma violenta oposição dos palestinos - que ocupavam aquelas terras - e dos seus primos árabes mussulmanos.

Desde do retorno dos judeus a Israel não têm ocorrido novos grandes fatos para justificar emocionalmente a sua volta. Os pobrezinhos espezinhados e mortos nos fornos não conseguiram produzis - graças a Deus - nenhum outro grande fato traumático e emocionante.

Em 1967, em pleno feriado do Yon Kippur ( quando os judeus estão recolhidos em preces e em jejum) as forças armadas de Israel derrotaram em 6 dias, tropas egípcias que se preparavam para reocuparem as terras do estado de Israel.

Os judeus que poucos anos antes foram tangidos pelos nazistas para os fornos crematórios pela primeira vez demonstraram a sua força militar destruindo os inimigos numa operação muito mais eficaz e eficiente do que a blitzgrieg dos alemães, em 1940 na Europa.

O número de baixas dos judeus foi insignificante. Suas perdas materiais mínimas, enquanto as perdas dos inimigos foram TOTAIS.

Esta vitória foi muito boa para Israel e para o orgulho dos judeus, mas foi a origem de uma catástrofe de "relações públicas".

A teimosia dos judeus que sempre consideraram retornar a Sion com muita humildade depois de serem escorraçados de muitos países, passou a envergar fardamento militar com tropas eficientes e "invencíveis" diante de seus inimigos.

Os judeus deixaram de ser dignos de pena e passaram a ser temidos por seu poderio militar e pela forma como o empregaram.

E os principais culpados de ter deixado de lado esta missão de comunicar ao mundo as suas necessidade e anseios foram justamente os judeus. Todos os judeus, para que não haja dúvidas.

Justamente os judeus que transformaram os 10 mandamentos transmitidos por Deus a Moisés - através do primeiro grande esforço de comunicação global - em preceitos universais.

Justamente eles que tiveram entre seus filhos Jesus, que por meio de seus apóstolos tornou a religião antiga de uns poucos na religião mais praticada pela maioria dos outros povos da Terra.

Justamente eles cansaram-se de defender suas razões históricas e passaram a imitar todos os seus inimigos ao longo da história, apoiados unicamente pela força das suas armas.

Todos os povos que recorrem a este tipo de argumento - para quem observa a história com mais atenção - acaba perdendo as guerras. Judeus derrotados no ano 60 sem dispararerm um tiro continuaram a existir e voltaram para lá formalmente em 1947.

Todos os seus opositores armados foram desaparecendo ao longo da história.

Ora, o mundo que se dane e aprenda como a coisa deva ser, poderia ser a declaração arrogante de um chefe militar judeu durante alguns anos, mas ela somente poderá ser repetida por mais alguns anos, com perdas de muitas vidas, de muitas inteligências.

Os povos de toda a terra estão em busca de paz e de convivência harmoniosa entre as nações. Um sonho divino, que todos buscam.

Acredito que se hoje fosse promovido um plebiscito mundial quanto à ocupação das terras de Israel por Palestinos ou Judeus os judeus perderiam fragorosamente.

Este não é como pode parecer um problema de JUDEUS E PALESTINOS. É um problema de nós todos.

Faça o seu comentário a favor dos judeus ou contra eles a seguir e tome parte neste confronto em que a maior derrotada poderá ser a sua própria consciência.