segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Mais dos shoppings como templos

Cada vez constato mais evidências da transmigração do culto aos deuses e semi-deuses gregos para o ambiente dos modernos shoppings centers.

Tudo que a fé e a esperança poderiam dar a quem buscava mediante sacrifícios obter dos habitantes do Olimpo é consitentemente bsucado hoje pelos frequentadores dos shoppings diariamente em todo o mundo.

Shoppings começaram apenas como edificações onde se juntavam lojas diversas. Evoluiram ao buscar lojas âncoras - grandes templos de grandes deuses poderosos - para obter o interesse de mais fiéis . Estas âncoras comprovodamente beneficiaram todas as demais lojas, mesmo as que se dedicam a vender algum tipo de mercadoria também oferecida nas lojas âncora.

As praças de alimentação, de bebidas, da higidez física (academias, consultórios, laboratórios) juntaram-se e tornaram os melhores shoppings locais onde é possível alcançar mais graças tangíeveis do que as obtidas de imediato em qualquer outro local bento da Terra.

Como lição de marketing apenas um lembrete. Shoppings não são locais onde os clientes e possíveis clientes vão para comprar produtos. Boa parte vai lá para cumprir uma demanda religiosa que há mais de 2000 anos comanda as suas atitudes aparentemente lógicas diante do mundo.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Dos deuses gregos aos shopping centers de hoje

Sem que você precise ser um especialista em Grécia antiga e nos deuses inspiradores de tantos belos templos com certeza sabe como os gregos tinham deuses especializados em todas as atividades humanas.

Penates, por exemplo, era o deus especializado nas coisas do lar, Poseidon nas coisas relacionadas aos mares, Afrodite no amor, e se você consultar a wikepedia vai encontrar deuses numa quantidade tal que possivelmente os corredores do Olimpo ficavam engarrafados a qualquer hora do dia.

De certa forma, sem qualquer intenção de desrespeitar o Olimpo, uma atitude destemerada, podemos cogitar hoje se foram os deuses que criaram todos os gregos ou se foram os gregos que criaram seus deuses na medida das necessidades de proteção para cada uma de suas atividades.

Nunca um grego do Vº século a.C se surpreenderia desprotegido por falta de um deus capacitado a lhe dar cobertura diante do problema.

Os gregos antigos em poucos séculos, além de terem criado os seus deuses, demonstraram a sua inteligência e obtiveram o respeito de todas as gerações que os sucederam. Toda a filosofia nasceu ou derivou de um pensamento surgido ali e naquela época em primeiro lugar.

Os templos e a pluraridade de deuses - o politeismo - deixaram de existir. Mas ao que tudo indica a necessidade de relacionarmo-nos com estes deuses nunca deixou de ser uma presença dominante na vida e no inconsciente dos homens.

A igreja católica - na tradição originada de nossos primos judeus - reconhece um só Deus e fez desta decisão algo tão definitivo que não foram poucos os descrentes incinerados em fogueiras por questionar este fato. Isto no tempo em que heresias assim tinham consequências terríveis para os condenados por praticá-las.

Mas, mesmo nestes rempos rígidos, os cristãos recorreram a "genéricos" dos deuses gregos ao buscarem a proeteção de santos, devidamente reconhecidos pela igreja, para atender suas necessidades pessoais.

Claro que Deus - em especial o Deus dos católicos - está sempre presente. Mas, para atender necessidades menos pomposas, não há nada como a fé nos santos especializados.
Santo Antonio, para os casamentos, Santa Edwiges, para as dívidas, São Cristóvão para os motoristas, Santa Clara para os meios de comunicação e assim vai, pois no calendário há mais santos do que dias em cada ano.

Igrejas em substituição aos templos gregos antigos também são dedicadas aos santos e a dela ocorrem multidões, como no caso de São Jorge, que além de ser cultuado como um guerreiro no Brasil, é o santo oficial da Inglaterra, anglicana.

Mas há bastante tempo não eram construídos os Parthenons - os grandes edifícios em que se cultuava todos os deuses gregos de uma forma ou de outra.

Nestes grandes templos uma das formas mais diretas de demonstrar respeito, devoção ou agradecimento pela graça alcançada era o sacrifício. Que podia ser material, bens oferecidos aos sacerdotes, morte de animais, e até de pessoas em situações extremas.

A necessidade de comparecer a lugares imponentes, neles cultuarmos deidades específicas hoje se realiza - de forma ainda mais imponente nos shopping centers.

Pense um pouco.

Volto ao assunto em breve.

Interatividade ou nada...

Quando foi popularizada a televisão nos anos 50 havia muitos que diziam ter chegado o fim do rádio,o fim do cinema, o fim do teatro. Nada disto aconteceu, mas o rádio, o cinema e o teatro mudaram bastante ao longo destes 60 anos.

Com a Internet novamente os oráculos do futuro simplificado - onde a catástrofe sempre atrai mais atenção do que a evolução harmoniosa - antecipavam o fim da comunicação tal como era e ainda é feita na maior parte das vezes.

Não se precisa ser "oráculo do bem" para dizer com certeza que no futuro :

nº 1 as modificações derivadas da comunicação on line vão mudar a forma de nos comunicarmos e

nº2 o resto do mundo não vai acabar, vai modificar-se da mesma forma como se modificaram o teatro, o cinema e o rádio com o sucesso da televisão.

Ora, para dizer isto para que usar o blog?

Para informar aos leitores que quem resistir às mudanças na área virtual - e portanto, quem não está já adiantado nesta área - vai ter pouco a fazer em comunicação nos próximos anos.

Três conselhos. Aquilo que Tales de Mileto já considerava a coisa mais fácil do mundo há 2600 anos.

1. Procure com o empenho de um garimpeiro em busca de pepitas de ouro os parceiros mais confiáveis para desenvolver esta sua nova face.

2. Mesmo que você não tenha aprendido TUDO sobre o tema, trate de fazer alguma coisa, JÁ. Não há o que não possa ser aprendido e modificado rapidamente, pois os custos de "estar no ar" são infinitamente menores do que os que você incorria ao utilizar-se das mídias tradicionais.

3.Trate de ser SURPREENDENTEMENTE RELEVANTE no que for fazer.